O advogado trabalhista e ex-deputado estadual gaúcho Carlos Araújo, ex-marido da ex-presidente Dilma Rousseff, morreu na madrugada deste sábado (12), em Porto Alegre, aos 79 anos.
Araújo foi internado em estado grave na UTI na Santa Casa de Porto Alegre por conta de uma cirrose medicamentosa, em 25 de julho, e ficou no hospital desde então. Ele morreu à 0h01 deste sábado.
A causa da morte não foi informada. Ao longo da vida ele enfrentou problemas respiratórios por conta de um enfisema pulmonar, fruto de décadas de tabagismo.
Nascido em São Francisco de Paula (RS) em 1938, Carlos Araújo é filho do também advogado trabalhista Afrânio Araújo, de quem herdou o gosto pelo direito e pela política.
Na década de 1950, ingressou na Juventude Comunista e integrou a delegação brasileira para o Festival da Juventude de Moscou em 1957. Anos mais tarde, integrou a organização guerrilheira VAR-Palmares, na qual em 1969 conheceu a futura mulher, Dilma Rousseff, com quem viveu até 2000 e depois seguiu como amigo.
Max, codinome pelo qual era conhecido nos tempos de luta armada, foi preso pela ditadura militar em julho de 1970, meses após a captura de Dilma. Ele deixou a cadeia em 1974, mesmo ano em que perdeu o pai e assumiu o escritório de advocacia que existe até hoje na capital gaúcha.
Na carreira política, era ligado a Leonel Brizola e foi um dos fundadores do PDT, partido pelo qual se elegeu deputado estadual por três vezes e chegou a disputar a Prefeitura de Porto Alegre, em 1988 -na época, perdeu a eleição para Olívio Dutra, que inaugurou a série de quatro gestões seguidas na cidade sob comando do PT.
Em 2000, junto com Dilma e outros correligionários, Araújo deixou o PDT e passou a se dedicar a o escritório que mantém na capital gaúcha.
Mesmo afastado da vida política, Carlos Araújo não deixou de opinar sobre assuntos políticos contemporâneos. Sobre o processo que levou ao impeachment da amiga e ex-mulher da Presidência, Araújo considerava que houve um “golpe” e que Dilma foi abandonada pelo PT.