A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (14) mais uma fase da Operação Lama Asfáltica para investigar um esquema de corrupção que pode ter desviado R$ 235 milhões dos cofres públicos em Mato Grosso do Sul. Os policiais estão na casa do ex-governador do Estado André Puccinelli (PMDB), em Campo Grande, para cumprir um mandado de prisão preventiva contra ele.
A investida tem como objetivo desbaratar uma suposta organização criminosa que direcionava licitações públicas e superfaturava contratos, além de fazer aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas por empresas estatais e concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina por agentes públicos. Os recursos desviados, segundo a PF, foram “lavados” por meio de um esquema sofisticado.
A nova fase da investigação decorreu da análise de materiais apreendidos nas quatro etapas anteriores e dos depoimentos de colaboradores, que confessaram participação em crimes.
“Restaram corroboradas as provas já existentes acerca de desvios e superfaturamentos em obras públicas, direcionamento de licitações, uso de documentos ideologicamente falsos para justificar a continuidade e o aditamento de contratos, aquisição ilícita e irregular de produtos e obras, concessão de créditos tributários direcionados, tudo com a participação de servidores públicos”, informou a PF.
Os valores repassados a título de propina, segundo a investigação, eram mascarados com diversos tipos de operações simuladas, de forma a dar falsa impressão de licitude ao aumento patrimonial dos envolvidos.
A PF informou que uma das novas formas descobertas da lavagem de dinheiro era a aquisição, sem justificativa plausível, de “obras jurídicas” por parte de empresa estatal e direcionamento dos lucros a integrante do grupo criminoso.
Por isso, a fase da operação foi batizada de Papiros de Lama.
Nesta terça, estão sendo cumpridos, por cerca de 300 policiais, dois mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva, 24 de busca e apreensão. Há ainda o além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.
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