A base política que não tem voz na cúpula do PMDB gritou mais alto que a própria cúpula, que não tem a base ao seu lado.
Em coro, a militância do partido pediu Iris Rezende, enquanto a nata – que negociou apoio eleitoral – fez pré-campanha com o empresário Júnior do Friboi.
E foi assim que o ato político das lideranças peemedebistas, em que foi protocolado o manifesto de apoio à candidatura do ex-governador na manhã desta quinta-feira, 27, se transformou na prova clara de que a verdadeira divisão da legenda é entre a Executiva e a base partidária.
O dado, divulgado por parlamentares, de que 95% do partido apoia a pré-candidatura do empresário, foi desmentido publicamente.
Dos 180 diretórios peemedebistas em Goiás, 147 assinaram o documento pró-Iris. Uma vantagem esmagadora da maioria reduzida pelos cálculos friboizistas.
Com a sede do diretório lotado por desconhecidos, a vontade daquelas pessoas se fez pública no apelo por Iris no governo.
Sem Daniel Vilela, Leandro Vilela, Wagner Siqueira Júnior, Agenor Mariano, Clécio Alves e outros iristas entusiasmados de outrora, representantes do interior do Estado completaram o quórum da reunião e se mostraram maiores que os “executivos”.
Em entrevista coletiva, o presidente estadual da sigla, deputado Samuel Belchior, avaliou o ato como positivo e disse que a grande presença de lideranças mostra a força que o PMDB ainda tem em Goiás.
Samuel garantiu conduzir as conversações e declarou que o partido vai chegar a um consenso antes da decisão do PT, no fim de março. “Nossa prioridade é manter a parceria. Vamos buscar o diálogo e chegaremos juntos no pleito. Não é o momento de dividir; trabalharemos pela união”, afirmou.
Para o presidente, a data ideal para escolha é junho, mas o calendário será antecipado em virtude das coligações.
Samuel Belchior demonstrou preferência pela candidatura de Iris Rezende, mas, como presidente do partido, disse que buscará a decisão equilibrada.
Já o presidente Metropolitano, vereador Mizair Lemes Júnior, foi claro em seu posicionamento e disse que a cabeça de chapa pertence a Iris Rezende. “Isso não quer dizer que não queremos Friboi na disputa. Só acredito que ele deve ocupar outro espaço”, disse.
Em uma análise do interior, o ex-prefeito de Catalão Adib Elias afirmou que o único nome capaz de vencer a disputa é Iris.
Teoria endossada pelo ex-deputado Wagner Guimarães, que também é pré-candidato. Wagner disse que retiraria sua postulação com a participação do ex-governador no processo. “Agora, se Friboi for o pré-candidato, disputaremos nas convenções”, ressaltou.
O evento começou às 9h, e às 8h15 a sede já estava lotada. Às 12h, militantes ainda balançavam bandeiras.
Iris não compareceu. Como já havia anunciado, não participará de convenções, assim como não estimulará a divisão.
Está no canto dele, quieto. E, assim mesmo, liderando as pesquisas de intenção de voto. Que também retratam a conta popular.