Declarações bombásticas e uma retórica eloquente marcaram a participação do procurador e ex-senador da República Demóstenes Torres (PTB) no programa Roda de Entrevista, que foi ao ar nesta terça-feira (13/3).
O ex-senador teve o seu mandato cassado em julho de 2012 após a divulgação ilegal de gravações que sugeriam o seu envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Torres demonstrou estar seguro de sua inocência e admitiu ter errado ao estabelecer conversações que o faziam parecer desonesto. “Peço perdão pelo meu erro, mas nunca cometi nenhum crime”. Em outro momento da entrevista o ex-senador reforçou: “Fui absolvido. Não me envolvi com processos de corrupção e provei que não me envolvi”.
Demóstenes apresentou uma perícia do Ministério Público que atesta não haver nada ilícito em suas movimentações financeiras ou em sua vida empresarial. O petebista ressaltou ainda o fato de ter sido absolvido sucessivamente pela Justiça brasileira, em diferentes processos, por mais de dez anos. “Só as interceptações de um processo foram anuladas. Eu enfrentei mais de dez, da Receita, da Polícia Federal, de várias instâncias da Justiça, da Interpol e do Ministério Público. Nada foi encontrado”, afirmou Demóstenes.
Ao longo da entrevista, Torres demonstrou ter um objetivo claro: retornar ao Senado Federal. A medida seria uma forma do ex-senador dar a volta por cima. Retornar à vida pública e continuar uma história de contribuições para o Brasil. “Tenho grande serviço prestado e tenho muito mais coisas a fazer pelo País”. Senador por dez anos, Torres participou da produção de 189 leis, dentre elas a Lei da Ficha Limpa.
Sobre a política goiana, o ex-senador considerou encerrada a sua contenda com o senador Ronaldo Caiado (DEM), candidato ao governo do estado de Goiás. Nesse contexto, embora o ex-senador reconheça o natural desgaste por que passam os governos, ponderou que o estado não pode ser conduzido a uma aventura. “Mudar é sempre bom. Mas mudar para pior é a melhor solução?”, inquiriu o ex-senador.
A partir do questionamento apresentado, Torres pontuou as qualidades do vice-governador José Eliton, considerado por ele como sendo uma pessoa de personalidade e de reconhecido brilhantismo. “Eu tive o prazer de indicá-lo em 2010 para ser vice. Não me arrependo disso e quero que ele tenha o melhor futuro, inclusive como governador do Estado!”.
Reconhecido em sua trajetória como um parlamentar que enfrentou embates difíceis, Torres fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). “O Supremo está contaminado. Tem muito ministro do STF que não respeita a Constituição”. O procurador goiano também criticou o pagamento de auxílio-moradia para membros do Judiciário brasileiro.
Ao final da entrevista, Torres reforçou seus objetivos em mensagem de encerramento: quer retornar à vida pública, ao Senado Federal, seguro das contribuições que tem a fazer pelo Brasil, para chegar ao fim “com a consciência em paz”.