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| Em 4 anos atrás

Estudo mostra que um a cada três sobreviventes da Covid-19 tem algum disturbio como consequência

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Estudo com mais de 230 mil pacientes, a maioria deles norte-americanos, mostrou que um, em cada três sobreviventes da covid-19, foi diagnosticado com distúrbio cerebral ou psiquiátrico dentro de seis meses, indicando que a pandemia pode levar a uma onda de problemas mentais e neurológicos, afirmaram cientistas nessa terça-feira (06/04).

Os pesquisadores que conduziram a análise disseram que não está claro como o vírus está ligado a condições psiquiátricas como a ansiedade e a depressão, mas que esses são os diagnósticos mais comuns entre os 14 distúrbios que foram considerados.

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Casos de derrame, demência e outros distúrbios neurológicos após a covid-19 são mais raros, segundo os pesquisadores, mas ainda assim são significativos, especialmente em pacientes que tiveram quadros graves da doença.

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“Nossos resultados indicam que doenças cerebrais e distúrbios psiquiátricos são mais comuns após a covid-19 do que após a gripe ou outras infecções respiratórias”, disse Max Taquet, psiquiatra da Universidade britânica de Oxford, um dos coautores do trabalho.

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O estudo não pôde determinar os mecanismos biológicos ou psicológicos envolvidos, afirmou Taquet, mas pesquisas urgentes são necessárias para identificá-los “com uma visão para prevenir e tratá-los”.

Especialistas de saúde estão cada vez mais preocupados com evidências de riscos mais altos de distúrbios neurológicos e mentais entre sobreviventes da covid-19. Um estudo anterior, feito pelos mesmos pesquisadores, concluiu no ano passado que 20% dos sobreviventes da covid-19 foram diagnosticados com algum problema psiquiátrico dentro de um período de três meses.

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O novo estudo, publicado na revista Lancet Psychiatry, analisou registros de saúde de 236.379 pacientes, a maioria nos Estados Unidos, e concluiu que 34% deles foram diagnosticados com doenças psiquiátricas ou neurológicas em seis meses.

Os distúrbios são significativamente mais comuns em pacientes da covid-19 do que em grupos de comparação com pessoas que se recuperaram da gripe ou de outras infecções respiratórias no mesmo período de tempo, disseram os cientistas, sugerindo que a covid-19 tenha impacto específico.

A ansiedade, com 17%, e distúrbios de humor, com 14%, são os mais comuns, e não parecem estar relacionados ao fato de a infecção ter sido leve ou grave no paciente.

Entre os que foram internados em unidades de tratamento intensivo com quadro grave de covid-19, no entanto, 7% apresentaram derrame dentro de seis meses, e cerca de 2% foram diagnosticados com demência.

“Embora os riscos individuais para a maioria dos distúrbios tenha sido pequeno, o efeito por toda a população pode ser substancial”, disse Paul Harrison, professor de psiquiatria de Oxford que também participou do estudo.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.