O estudo clínico final do Instituto Butantan sobre a vacina contra Covid-19 Coronavac comprovou que sua eficácia é ainda maior que os resultados iniciais, apresentados entre os meses de dezembro e janeiro. Um artigo científico enviado neste domingo (11) para revisão e publicação na Lancet aponta eficácia primária de 50,7%, podendo chegar a 62,3%, com intervalos maiores entre as doses, além de proteção contra as variantes P1 e P2.
A análise avaliou 12.396 voluntários em 16 centros de pesquisa no Brasil, entre julho e dezembro. O índice de eficácia divulgado inicialmente era de 50,38%. Os resultados também apontaram que para os casos que requerem assistência médica a eficácia da vacina variou entre 83,7% e 100%, quando o estudo preliminar que subsidiou a autorização do uso emergencial do imunizante no país indicava entre 78% e 100%.
A eficácia global da vacina do Butantan se revelou, conforme o artigo científico, ainda maior, com uma porcentagem de 62,3%, se a segunda dose for aplicada em um intervalo superior a 14 dias da primeira. O estudo comprovou, ainda, que a Coronavac se revelou eficaz na proteção contra as variantes P1 e P2 do vírus Sars-Cov-2, por se tratar de uma vacina feita a partir do vírus inativado.
De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o estudo corrobora o que já havia sido anunciado. “E nos dão ainda mais segurança sobre a efetiva proteção que a vacina do Butantan proporciona. Não resta nenhuma sombra de dúvida sobre a qualidade do imunizante”, afirma afirma.
Os voluntários receberam ao menos uma dose da vacina ou placebo e, desse total, houve 9.823 participantes que receberam as duas doses. Desde 17 de janeiro o Governo de São Paulo já distribuiu 38,2 milhões de doses da vacina aos brasileiros. Até 30 de agosto o volume totalizará 100 milhões de vacinas.