Durante a pandemia da Covid-19 no Brasil as máscaras de proteção facial se tornaram acessórios fundamentais no dia a dia da população. Com isso, vários tipos foram criados e utilizados pelos brasileiros, desde as populares, caseiros, feitas de tecido até às tradicionais cirúrgicas. No entanto, alguns modelos, como a N95, se mostraram mais eficazes na proteção ao vírus, com relação à capacidade de filtrar partículas de aerossol.
Um estudo coordenado pelo professor Paulo Artaxo e conduzido pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) avaliou a filtração de 227 modelos de máscaras utilizadas no Brasil. O resultado foi publicado no Aerosol Science and Technology, com artigo disponível no site Taylor e Francis Online e avaliou como mais eficazes as máscaras cirúrgicas e PFF2/N95, com cerca de 90% a 98% de eficiência na filtragem das partículas de aerossol.
“Os valores de FE (Filtration Efficiency) foram medidos usando partículas de aerossol de NaCl com tamanho de 60 a 300 nm e a 300 nm, eficiência mínima. A queda de pressão diferencial sobre a máscara e o FE mín. A 300 nm foi usado para calcular o Fator de Qualidade (QF) da máscara. As máscaras N95 mostraram o maior FE60-300 , em torno de 0,98 e QF de 13,2 KPa −1 , e foram considerados referência para avaliação de desempenho de máscaras caseiras”, diz o artigo.
Já as máscaras cirúrgicas têm, de acordo com o estudo, uma eficiência de filtração 60-300 de 0,89, com bom QF de 15,9 KPa −1. As de tecido apresentaram eficiência de 60-300 médio de 0,78, com um QF excelente de 24,9 KPa −1, podendo ser considerado, conforme o artigo, o melhor material para máscaras caseiras.
As máscaras de TNT vieram na sequência, com eficiência entre 80% a 90%. No entanto, os tecidos de algodão, mais utilizados para fabricação de máscaras caseiras, apresentaram variabilidade significativa em FE 60-300, variando de um baixo 0,20-0,60, com um baixo QF de 1,4 KPa- 1, de acordo com o artigo. “As máscaras sempre reduzem as gotículas e aerossóis emitidos por pessoas sintomáticas e assintomáticas COVID-19, reduzindo a contaminação por SARS-CoV-2”, pondera.