São Paulo – A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira, 10, que o Brasil tem um estoque de investimentos em infraestrutura que está sendo maturado agora, o que ajudará o País a passar pelo atual momento de dificuldades econômicas, que também é resultado do fim do superciclo das commodities.
“O Brasil não está parado, fez um enorme esforço em infraestrutura nos últimos anos”, disse Dilma ao inaugurar um terminal de grãos no Porto de Itaqui, no Maranhão. Ela apontou que não se viabiliza investimento em infraestrutura somente com taxas de juros de mercado e que o porto, que contou com investimentos de R$ 640 milhões de um consórcio privado, teve R$ 245 milhões em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB).
Segundo Dilma, o Brasil de hoje é diferente. “Nos sentimos muito mais em condições de enfrentar dificuldades transitórias da economia, justamente pela quantidade de investimentos em infraestrutura nos últimos anos”, comentou. Lembrando o fim do superciclo das commodities, ela apontou que agora a economia brasileira precisará mudar de patamar. “Agora a infraestrutura vai ser chamada a ter um desempenho para garantir a competitividade. Não temos mais o boom de preço e quantidade que a industrialização da China colocou para o mundo. Vamos ter de contar com nossos recursos para atingir um novo patamar e expandir cada vez mais”, explicou.
Dilma lembrou que o Porto de Itaqui também contará com investimento do Programa de Investimento em Logística (PIL) e que o terminal é muito importante para escoar a grande produção de grãos do interior do País, em especial a área acima do chamado paralelo 16, que engloba os Estados do Mato Grosso, Tocantins, Piauí, oeste da Bahia, Maranhão e sul do Pará. “Temos de atender as condições de comercialização desses grãos. Hoje, 60% da soja e do milho no Brasil são plantados acima do paralelo 16”, afirmou.
Dilma inaugurou a primeira fase do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui. Segundo informações do Blog do Planalto, a unidade conta com modais ferroviários e rodoviários para receber a produção de grãos. Com quatro armazéns, tem capacidade de armazenagem de 500 mil toneladas de grãos e capacidade de movimentação de 5 milhões de toneladas ao ano. Outras 5 milhões de toneladas serão acrescidas na segunda fase, quando o terminal terá mais um berço para atracação, com previsão de operar em 2017.
Quando estiver totalmente concluído, o Tegram estima receber um fluxo anual de 220 navios, 900 trens (80% do volume) e 150 mil caminhões (20% do volume), com capacidade de embarque de 10 milhões de toneladas. No PIL, o governo vai licitar o uso de dois berços do porto, com previsão de R$ 509 milhões em investimentos, que darão ao local a capacidade de movimentar 2 milhões de toneladas/ano de celulose e 4,3 milhões de toneladas/ano em graneis minerais.
(Estadão Conteúdo)