A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou nesta terça-feira (20) o ataque com um caminhão que deixou 12 mortos em Berlim na noite anterior.
Um dos canais oficiais da milícia divulgou uma nota afirmando que o autor do atropelamento era um de seus “soldados” respondendo às chamadas por ataques contra a coalizão internacional inimiga da organização.
A reivindicação não prova, no entanto, o envolvimento direto do Estado Islâmico nem de que maneira pode ter contribuído para o ataque. A ação pode ter sido realizada por um militante solitário, sem laços reais.
As autoridades alemães ainda não têm informações concretas sobre o atentado.
Sem evidências, a polícia soltou durante o dia um suspeito que estava sendo interrogado. Tratava-se de um refugiado paquistanês de 23 anos, detido próximo ao mercado natalino. Ele havia chegado à Alemanha em 31 de dezembro de 2015.
O responsável pelas mortes ainda pode estar, segundo autoridades locais, à solta e possivelmente armado.
Mesmo antes da reivindicação do Estado Islâmico, o governo alemão vinha tratando esse caso, que deixou 48 feridos, como atentado.
A chanceler Angela Merkel visitou o local das mortes e afirmou que “ainda há muito que não sabemos com certeza o suficiente, mas precisamos supor que se trate de um ataque terrorista”.
“Seria especialmente difícil lidarmos com isso se for confirmado que a pessoa que cometeu este ato era alguém que buscou proteção e asilo”, disse. Merkel defendeu, no ano passado, a entrada de refugiados na Alemanha.
Sua fala coincidiu com aquela da polícia e de Thomas de Maizière, ministro do Interior. A imprensa local, porém, relatava não haver pistas para a investigação, uma sensação reforçada pela soltura do jovem refugiado.
Um caminhão atropelou o público de um tradicional mercado natalino de Berlim na segunda-feira (19) por volta das 20h do horário alemão (às 17h em Brasília).
O suposto ataque ocorreu entre barracas servindo vinho quente e salsichas, diante da igreja Kaiser Villhelm.
A polícia encontrou o cidadão polonês Lukasz Urban, 37, morto dentro do veículo, com evidências de facadas e tiros. Ele seria o motorista original do caminhão.
A empresa polonesa responsável pelo veiculo diz que Urban desapareceu durante a tarde de segunda-feira. O veículo teria sido roubado e utilizado no atentado.
Segundo Ariel Zurawski, primo do motorista, ele havia chegado a Berlim quatro horas antes do incidente e conversado com a mulher.
O GPS do veículo mostrava movimentos para frente e para trás, diz Zurawski, que também é dono da firma.
Investigadores removeram o caminhão durante a manhã de terça-feira e o encaminharam para análise forense. Havia flores e recados no local do atropelamento.
O mercado foi fechado durante o dia, mas outras feiras semelhantes continuavam a funcionar no restante do país. As autoridades afirmaram não ter intenção de abandonar a prática, tradicional no país. A segurança foi reforçada, no ínterim.
A polícia conduziu uma busca em um hangar abandonado no aeroporto Tempelhof, no sul de Berlim, onde refugiados estão abrigados.
Folhapress