O Governo estadual deverá iniciar no mês de setembro uma operação no mercado financeiro, conhecida como debênture. Trata se da emissão de títulos de crédito da dívida ativa. A emissão será feita pela Goiás Parcerias. A secretaria estadual da Fazenda lançará edital e se espera arrecadar entre R$ 150 e R$ 200 milhões.
O que é a operação ?
A operação é como um investimento em ações, porém possui uma data certa para se converter as debêntures em dinheiro. A empresa que emite a debênture, no caso a Companhia de Investimentos e Parcerias do Estado de Goiás (Goiás Parcerias) dá as garantias para os títulos emitidos.
“A gente tem a dívida ativa, parcelada, com todas aquelas políticas de Refis adotadas no ano passado e as empresas que aderiram geraram um fluxo de atendimento, pois há um parcelamento. A gente coloca este parcelamento como uma garantia e a gente emite papeis para investidores privados, assim como os investidores privados compram os CDBs de bancos, eles podem comprar uma debenture emitida pelo Estado”, explica a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa.
De acordo com a secretária, Goiás é o terceiro estado que faz este tipo de operação, os primeiros foram São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em São Paulo na semana passada foi realizada a terceira emissão de debêntures e colocaram no mercado R$ 780 milhões.
“Não é desconto de dívida. É uma forma de alavancar em cima de um ativo que iria receber mês a mês nos próximos 60 meses, eu vou receber parte dele na frente e a Goiás Parcerias paga um juro para o debenturista. Os bancos não conheciam o que era Goiás. Fizemos uma rodada com os 10 maiores bancos. As pessoas do mercado financeiro não conhecem Goiás. Chegamos a falar com 60 pessoas nos dois dias que estivemos em São Paulo”, destaca Ana Carla Abrão Costa.
Início da operação
De acordo com a secretária será lançado um edital para contratar uma instituição financeira para ser a estruturadora da operação. Posterior a esta fase, é feita a venda no mercado.
“A gente vai saber o sucesso da operação em setembro, quando a gente imagina que vai lançar isso no mercado”, afirma.
A gestora analisa que um dos pontos chaves da operação é que se começa a tirar a dependência junto ao Tesouro Nacional para que o próprio Estado caminhe com suas próprias pernas. Os recursos não podem ser utilizados para custeio, são para investimentos ou pagamentos de dívidas. Ana Carla Abrão Costa garantiu que os valores obtidos serão aplicados na infraestrutura.
A Assembleia Legislativa aprovou na semana passada autorização para que o Governo do Estado faça a operação.