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| Em 3 anos atrás

Esquerda e direita resistem a ato unificado

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Partidos e movimentos de esquerda, centro e direita voltam a dialogar nos próximos dias na tentativa de unificar as agendas de protestos contra o governo Jair Bolsonaro. A ideia é promover uma manifestação conjunta em 15 de novembro, data que marca a proclamação da República.

Mas a criação de uma frente ampla e diversa em defesa do impeachment parece distante no horizonte. Líderes da campanha nacional Fora Bolsonaro, que iniciou as manifestações presenciais em 29 de maio, criticaram o “fracasso” de público nos atos de ontem, capitaneados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua (VPR) e Livres, que atuaram diretamente na mobilização pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

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“O fracasso das mobilizações deste domingo demonstra que quem quiser realmente o impeachment de Bolsonaro terá de sentar para conversar com a esquerda”, afirmou ao Estadão o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. “Somos os únicos com capacidade de mobilização além do bolsonarismo. Estamos abertos a construir iniciativas com qualquer um que esteja contra Bolsonaro, mas sem adesismo.”

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No evento deste domingo, 12, na Avenida Paulista, os presidenciáveis João Doria (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania) defenderam uma aproximação entre os lados antagônicos do espectro político e fizeram comparações sobre a mobilização atual com o movimento das Diretas Já, na redemocratização.

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A agenda unificada será discutida em uma reunião, nesta quarta-feira, com representantes de 9 partidos de oposição em Brasília. Pelo desenho inicial, siglas e grupos à esquerda planejam fazer uma manifestação nacional mais ampla que as anteriores em 2 de outubro. Conduzem a preparação desse protesto PT, PSOL, PSB, PDT, PCdoB, Cidadania, Solidariedade, UP e Rede.

Para o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) e um dos líderes da campanha nacional Fora Bolsonaro Raimundo Bonfim, Doria, Mandetta, Ciro e Tebet “partidarizaram” o ato na Paulista, algo que, segundo ele, o ex-presidente Lula não teria feito. “Esse ato foi construído com o objetivo de isolar (a esquerda). O MBL não tem legitimidade para ser porta- voz de um movimento como as Diretas Já”, disse Bonfim.

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Do lado da direita, também há resistências à união. O mote “nem Lula, nem Bolsonaro” não foi aposentado, como chegou a ser anunciado pelos organizadores. Para o deputado estadual Arthur do Val, o “Mamãe Falei”, do MBL, não existe interesse em uma composição com o PT: “Nem da parte deles, nem da nossa”.

O deputado estadual José Américo (PT), membro da Executiva Nacional do PT, avalia como “positiva” a manifestação deste domingo. Mas diz que é preciso certa “maturidade” de alguns dos movimentos que estiveram na Avenida Paulista antes de o partido do presidente Lula se juntar as fileiras.

“Esta é uma primeira tentativa de unificar os movimentos”, afirmou Magno Karl, diretor do Livres. Ele disse que conta com a adesão de outras organizações para que o movimento cresça, incluindo siglas de esquerda como o PT. “Espero que isso aconteça, mas respeito a estratégia eleitoral diferente”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Por Pedro Venceslau e Bruno Ribeiro/Estadão COnteúdo)

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