Apesar de Goiânia estar próxima de fechar 2023 com um cenário menos preocupante em relação à dengue do que foi em 2023, o Brasil teve recordes em mortes pela doença e 2024 já se torna uma preocupação. Na capital de Goiás, até o dia 13 de novembro, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foram 17.786 casos da doença notificados, cinco óbitos confirmados e outros 13 em investigação, contra 56.940 casos (entre suspeitos e confirmados) e 58 óbitos registrados apenas em 2022.
No Brasil, o cenário é pior atualmente, já que informações divulgadas pelo Ministério da Saúde sobre os casos e mortes por dengue até o último dia 18 de novembro mostraram que, pela segunda vez consecutiva, o país ultrapassou os mil óbitos pela doença. Ainda de acordo com o painel de arboviroses, em 2022 foram 1.053 mortes e, neste ano até agora, são 1.037.
Ou seja, essa significativa redução dos números da doença em Goiânia não diminui a necessidade de alerta, especialmente porque especialistas da Organização Panamericana de Saúde (Opas) alertam que para 2024 há um grande risco do Brasil viver uma nova epidemia de casos graves de dengue. Recente relatório da entidade revela que já há registro no país de alguns poucos casos sorotipo 3 do vírus da doença, para o qual a população brasileira tem pouca imunidade. Por isso, é importante a participação de toda a sociedade no combate aos criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
O engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho, Weder Morais, coordenador de segurança do trabalho das obras da Toctao Soluções de Engenharia (empresa do Grupo Mauá), já tem passado esse alerta para os trabalhadores dos canteiros de obras onde atua em Goiânia. “Esses cuidados necessários dentro da obra são compartilhados e repassados continuamente, sejam para colaboradores novos ou antigos. E isso é importante porque esse alerta que eles têm no trabalho os fazem lembrar do cuidado que eles precisam ter em casa e na vizinhança”, afirma.
Weder explica que as ações de controle e checagem na obra são simples, mas precisam de atenção, pois devem ser constantes. “É necessário sempre estar atento. Por isso, colocamos toda equipe de prontidão e realizamos orientações constantes sobre o que precisa ser feito”, destaca. O engenheiro ambiental e de segurança do trabalho explica ainda que a empresa disponibiliza uma pessoa específica que fica por conta de checar todos os dias os diversos pontos da obra.
“Essa pessoa busca lugares que possam ter acúmulo de água, providenciado o fechamento do recipiente ou então eliminado água que não for usada. Se necessário, fazemos uso de algum inseticida para combate à proliferação de mosquito”, esclarece. O engenheiro explica que outras orientações, que ajudam no combate de criadouros, também são dadas durante os DSS (Diálogos Semanais de Segurança), realizados nos canteiros de obras. “Orientamos sobre o descarte correto de copos descartáveis e tampinhas de garrafa, por exemplo, pois tudo pode se transformar em um foco do mosquito”, afirma.
Jessika Bruna Batista é analista ambiental da MRV, empresa que possui várias e grandes obras em Goiás, ela conta que o tema dengue está sempre presente nos DDS que são realizados nos canteiros, mesmo não havendo uma epidemia em curso, como ocorreu em 2022. E esse alerta contínuo funciona, segundo a analista.
“Não encontramos focos do Aedes aegypti nos nossos canteiros, pois fazemos um controle muito rigoroso, inclusive com tratamento químico”, informa. Com o período de chuvas se aproximando, Jessika explica também que tanto o trabalho de checagem, quanto as orientações, são intensificados. “O que é feito semanalmente, passa a ser diário”, completa.