A inclusão de especialistas capacitados para o acompanhamento de crianças autistas em escolas faz a diferença na evolução do desenvolvimento dos estudantes que possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em entrevista ao Diário de Goiás, as psicólogas Heloise Dutra e Lígia Teixeira, sócias do Instituto Lielô, destacaram estratégias para o desenvolvimento acadêmico e social.
“O acompanhamento de professores especializados e capacitados é algo imprescindível quando a gente fala nas escolas, quando a gente pensa no bom ambiente pedagógico. Várias crianças têm o seu nível, o seu grau de suporte. Então, isso vai variar conforme a necessidade de cada criança, mas é muito importante que não só a professora, mas todo o ambiente escolar esteja preparado para isso”, afirmou Lígia.
Na entrevista, Heloise pontua que a falta de profissionais especializados para o acompanhamento de crianças autistas é um problema não só da rede pública de ensino, como também da rede particular. “Hoje nós vamos muito em escolas particulares, escolas famosas, mas que não oferecem aos professores essa capacitação. E quando nós vamos conversar com o professor de apoio, a professora da sala, eles falam sempre para nós que muitas crianças precisam de um cuidado mais específico, de uma mediação maior, só que não recebem o treinamento adequado”, afirmou.
Vale destacar que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por diferenças significativas na interação social, na comunicação e no comportamento. Diante desse quadro, é importante que as escolas desempenhem um papel ativo e responsável, proporcionando um ambiente que favoreça o aprendizado e o bem-estar emocional das crianças autistas. A presença de especialistas qualificados, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, é crucial.
Conforme Lígia, o papel da professora ou acompanhante é ajudar o indivíduo durante suas atividades pedagógicas, com a socialização, interação com os outros pares e em sua independência. “É de extrema importância que ocorra um alinhamento entre os terapeutas, família e a escola, isso fará total diferença na evolução do desenvolvimento da criança”, finaliza.
As escolas têm responsabilidade legal em disponibilizar auxiliares de apoio para as crianças autistas, é direito da criança ter uma profissional ao seu lado para o auxílio durante seu período na escola.
Lígia Teixeira
As especialistas reforçam que os profissionais desempenham um papel importante nas escolas, contribuindo para a criação de estratégias pedagógicas personalizadas, adaptadas às necessidades individuais de cada criança autista. Eles podem fornecer orientações valiosas aos professores, colaborando na construção de um ambiente inclusivo e compreensivo. Além disso, a presença de especialistas pode facilitar a integração social, promovendo relações positivas entre as crianças autistas e seus colegas.