Com a demora do Ministério da Saúde (MS) para finalizar a compra emergencial de doses da vacina contra a Covid-19 para a campanha de vacinação dos grupos prioritários, especialistas alertam sobre os riscos do curto prazo de imunização da vacina. A capacidade de mutação do vírus reduz a eficácia do imunizante com o passar do tempo, e coloca a população brasileira em vulnerabilidade diante da aproximação da época do ano de maior propagação de doenças respiratórias, a estação de outono-inverno.

A campanha de vacinação dos grupos prioritários com uma nova dose de reforço da vacina contra a Covid estava prevista para iniciar este mês. De acordo com a Folha de S.Paulo, apesar do atraso, o MS confirmou que fechou a compra de 12,5 milhões de doses na última sexta-feira (19), e que o lote deve chegar nos próximos 15 dias. A previsão é de que a vacina volte a ser distribuída nos postos no prazo de 10 a 12 dias após a chegada ao Brasil.

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Segundo os especialistas, a preocupação maior é relacionada a capacidade de mutação do vírus, que faz com que as vacinas tenham um prazo certo para manter a imunidade. Nesse sentido, é necessário que as doses de reforço sejam aplicadas com uma frequência pré-determinada, de modo a manter a eficiência da proteção.

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À Folha de S.Paulo, o médico Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, destacou que a capacidade de imunização da vacina contra a Covid é de algo em torno de um ano, prazo considerado curto. Por isso, a renovação das doses precisa ser atualizada periodicamente.

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O alerta especial vai para pessoas do grupo de risco. De acordo com o médico, pessoas acima de 65 anos estão mais propícias a se infectarem e têm mais chances de desevolverem formas graves da doença, podendo levar, inclusive, a óbito. A recomendação é que até que o reforço seja reaplicado, as pessoas utilizem máscaras de proteção em locais com aglomeração, como no transporte público, por exemplo, como forma de prevenção.

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