A tecnologia tem sido cada vez mais utilizada no nosso cotidiano para ajudar a sociedade. Desta vez, a concessionária responsável pela BR-153 implementou o uso de drones, no trecho compreendido entre Goiânia e Aparecida de Goiânia, com o objetivo de monitorar o trânsito. Contudo, de acordo com o Mestre em Informática Forense e professor do curso de Computação Forense e Perícia Digital do IPOG, Rodrigo Albernaz, é possível que no início da implementação, o objeto apresente problemas.
Ele explica que o drone não consegue operar em situações de mau tempo, uma vez que não possui boa autonomia para voarem. Sendo assim, a efetividade pode ser reduzida nas aplicações em que seria destinado.
“Os drones podem não possuir câmeras com resoluções tão altas, o que prejudica na identificação dos problemas em rodovias”, pontua.
A ação, que é pioneira em Goiás, começou na última segunda-feira (21). De acordo com a assessoria de imprensa da Concessionária, o objeto sobrevoará uma média de 10km para dar apoio aos motoristas e trazer segurança na identificação de acidentes e monitorar de forma remota a qualidade da sinalização na rodovia.
Albernaz explica que o uso de drones é um grande aliado na redução de custos e otimização de recursos. Ele explica que o objeto já tem sido usado com a mesma finalidade em outros países como EUA, Inglaterra, Holanda, China, Índia e Japão. Além disso, o uso de drones em outras funções já tem se espalhado por todo o Brasil.
A motorista, Gessica Veloso, de 20 anos, que trafega diariamente pela via, analisa a questão com bons olhos. Ela acredita que a medida pode conferir mais segurança tanto para o motorista quanto para quem passa pela rodovia. A expectativa da jovem é que o uso do aparelho auxilie também na educação para o trânsito.
“Apesar de toda a conscientização, ainda é possível ver motoristas dirigindo embriagados e fazendo manobras perigosas na via, o que muitas vezes representam um risco de acidente para quem trafega na BR-153”, explica.
O estudante de Engenharia Elétrica, Matheus Alves de Carvalho, de 21 anos, acredita que o principal benefício é que o objeto poderá auxiliar na identificação, de forma mais rápida e assertiva, de trechos com problemas ou em más condições. “Com isso, além de realizar os reparos da via será possível também que a Concessionária realize algum projeto estrutural no futuro”, afirma.
Vantagens do uso de drones
Albernaz pontua que dentre as principais vantagens do uso deste tipo de tecnologia, além dos citados acima, para quem utiliza a via é que ele poderá antecipar ajuda em caso de acidentes, enviando o recurso certo para o socorro, podendo inclusive ser motivo de salvar vidas.
O professor explica que no caso de problemas na via, no momento em que for analisado problemas na pista é de responsabilidade da concessionária tomar medidas auxiliares para evitar acidentes, até que o trecho seja reparado.
Rodrigo ressalta ainda que o drone também pode auxiliar na identificação de veículos que não trafegam em conformidade com as normas como carros que transitam pelo acostamento, com excesso de velocidade e até mesmo motoristas que conduzem mexendo no celular.
Para ele, apesar da ação não ser de responsabilidade da concessionária, deste modo poderá se identificar placa e posição de momento do carro em investigação. Esses dados podem auxiliar a polícia a conter a situação de forma direcionada.
Criminalidade
Ainda de acordo com o especialista, a Polícia Rodoviária Federal no Brasil tem usado drones com relativo sucesso no monitoramento de trechos rodoviários.
“O objeto pode ajudar a monitorar trechos em que rotas de tráfico ou de descaminho são comumente utilizadas, identificar veículos roubados com maior precisão, veículos com excesso de velocidade, podendo direcionar recursos para essas viasrodoviárias identificadas, o que pode sim auxiliar na redução da criminalidade nas rodovias”, explica o professor.
Expansão do uso da tecnologia
O especialista afirma que a iniciativa pode expandir e ser utilizada em outros trechos pelo fato do objeto possuir um baixo custo. Para que a implementação ocorra seria necessário (a Prefeitura ou o Governo do Estado) adquirir o próprio equipamento, treinar profissionais para atuar com a tecnologia, possuir centrais de monitoramento próximo dos locais a serem monitorados, pois os drones não costumam ter boa autonomia de funcionamento.
Mini- Currículo: Rodrigo Albernaz: Professor do curso de Computação Forense e Perícia Digital do IPOG. Perito Criminal da Polícia Federal há 12 anos. Mestre em Informática Forense e Segurança da Informação na Universidade de Brasília (UNB). Especialista em Criptografia na Universidade Federal Fluminense (UFF)