A postura geopolítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que responsabiliza os Estados Unidos e a União Europeia de financiarem os conflitos no Leste Europeu, entre Ucrânia e a Rússia tem sido “excessiva” e deve ser revista, de acordo com o professor, historiador e especialista em política internacional, Norberto Salomão. “Acho que se o Brasil seguir essa linha, não iremos tão bem”, alerta.
Em entrevista ao editor do Diário de Goiás, Altair Tavares, Salomão destaca que a diplomacia brasileira, sob a égide de Lula tem sido de buscar protagonismo internacional. Comparado a um jogo em que “nem todos os lances são os mais adequados”, o petista acena para a China e a Rússia, numa intenção de fortalecer o BRICS – grupo econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Veja a entrevista na íntegra do professor Norberto Salomão ao Diário de Goiás:
Para Norberto Salomão, não há nada de errado em buscar se relacionar e estreitar laços com a China e a Rússia. O problema é o tom das declarações. “Eu acho que a posição provavelmente vai ser revista. A velha história de ‘alguém me interpretou mal’. Eu entendo que foi excessiva e tem sido excessivo algumas declarações. Nessa questão da guerra da Ucrânia o próprio secretariado ucraniano convidou Lula para ir de perto conhecer a realidade lá. A diplomacia depende que você possa ser incisivo mas não a necessidade o ataque tão frontal. Acho que se o Brasil seguir essa linha, não iremos tão bem”, descreve.