A nova rede social do momento, criada recentemente com proposta bem parecida a do Twitter e vinculada ao Instagram, a Threads, já possui mais de 100 milhões de usuários. Com tantos dados circulando, a grande preocupação dos especialista em cibersegurança é com a proteção contra ataques de cibercriminosos que utilizam as redes para captar informações dos perfis.
De acordo com o especialista em segurança digital da NOX5 Offensive Security, Tiago Sabino, o foco desse tipo de rede social é, justamente, coletar informações dos usuários. “O foco dessas redes sociais é coletar informações dos seus usuários, e isso se tornou hoje o novo ouro, porque elas trabalham essas informações, compartilham com empresas do grupo, para que você receba anúncios, campanhas e informações mais direcionadas ao seu perfil e à sua rotina”, explica Tiago sobre os mecanismos da rede.
Com efeito, Tiago afirma ao Diário de Goiás, que o ponto preocupante é que as informações dos perfis estão sendo compartilhadas o tempo todo. “Tudo isso é consolidado numa base e a empresa compartilha isso com outras empresas, por exemplo, que fazem anúncios para que os anúncios sejam bem mais específicos. E isso, é claro que fere algumas leis nacionais e internacionais. A gente precisa ter ciência, se eu quero ou não que essa empresa tenha essas informações sobre mim”, ressalta.
Ainda em relação ao uso de dados pelas empresas de mercado, Tiago menciona uma lei aprovada este ano pela União Européia, que promete influenciar a legislação brasileira acerca do tema. A Digital Markets Act (DMA), regulamenta o uso de ativos digitais e propõe o desenvolvimento de um ambiente virtual mais seguro e justo para empresas e consumidores.
Conforme o especialista, no Brasil, a legislação ainda caminha a passos lentos, e compara a regulamentação em ambos os países. “O foco dela (DMA) é visar, junto com a GPDR, que é a Lei Geral de Proteção de Dados Europeia, que esse mercado seja justo para todos os anunciantes ali que estão trabalhando nesse meio digital. Inclusive, um ponto moroso nosso do Brasil, que a NPD, que é a nossa responsável aqui por aplicar a Lei de Proteção de Dados, ela está ainda revisando e fazendo alguns estudos para avaliar se a lei, se o Threads, vai precisar fazer alguma alteração para o mercado local ou não. Então, primeiro se permitiu o uso e depois que vai se avaliar, exatamente o contrário do que fazem os países de primeiro mundo”, elabora Tiago.
Por fim, Sabino alerta sobre o uso da plataforma, que é uma rede social da Meta, detentora do Facebook e do Instagram. “Evite compartilhar sua rotina, seus ganhos, seu patrimônio, viagens, que é o que todos fazem, atualmente. Também evite senhas fracas para seus aplicativos, fotos de perfil, fotos de documentos no celular, e fique atento: não abra e-mails nem links desconhecidos, essas são algumas medidas simples, mas existem outras muito mais complexas”, destaca o especialista em segurança digital.