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| Em 8 meses atrás

Especialista associa distúrbios do sono à obesidade; confira dicas para dormir melhor

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Pesquisadores de renome internacional investigaram a ligação entre padrões de sono inadequados e o ganho de peso. Nesse sentido, um estudo publicado recentemente na revista científica Sleep Medicine revelou descobertas intrigantes sobre a relação entre distúrbios do sono e obesidade. Conforme estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% da população já sofre de doenças relacionadas ao sono, a insônia sendo a principal delas, o que coloca a maioria das pessoas em risco de desenvolver obesidade.

De acordo com o médico intensivista e nutrólogo José Israel Sanchez Robles, a pesquisa Sleep Medicine sugere que tais distúrbios, como insônia e apneia do sono, podem desempenhar um papel significativo no aumento da probabilidade de uma pessoa desenvolver obesidade.

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Pesquisadores conduziram análises longitudinais em uma extensa amostra de participantes ao longo de múltiplos anos, identificando correlações importantes entre a qualidade do sono e o índice de massa corporal. Observou-se que indivíduos com distúrbios do sono apresentaram uma propensão significativamente maior ao ganho de peso e ao desenvolvimento de obesidade em comparação com aqueles que desfrutavam de um padrão de sono reparador e regular.

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Médico José Israel

O especialista ainda reforça que a ligação entre distúrbios do sono e obesidade pode ser atribuída a vários fatores inter-relacionados. “A privação do sono pode desencadear desregulações hormonais que estimulam o apetite e reduzem a sensação de saciedade, resultando em um aumento na ingestão calórica. Além disso, a sonolência diurna decorrente de distúrbios do sono pode diminuir a motivação para a prática de atividade física, promovendo um estilo de vida sedentário”, pontuou.

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Conforme o médico, há dicas que podem auxiliar na melhora do sono. Confira as sugestões do especialista:

  1. O consumo de álcool deve ser evitado, pois, embora possa induzir a sonolência, prejudica a qualidade do sono, interferindo em sua arquitetura.
  2. Investir na saúde mental é crucial, porém, é importante considerar que a insônia pode ter origens físicas, relacionadas a hábitos de vida e uso de medicamentos. Recomenda-se investigar essas possíveis causas.
  3. A prática regular de atividade física pode ser benéfica para o sono, mas é aconselhável evitar exercícios intensos realizados após as oito da noite, para não estimular excessivamente o corpo antes de dormir.
  4. Desligar dispositivos eletrônicos pelo menos meia hora antes de dormir é recomendado para evitar estímulos visuais e sonoros que possam interferir no sono. Prefira atividades relaxantes, como tomar um chá ou ler um livro.
  5. Cochilos durante o dia podem ser úteis, desde que sejam curtos, com duração máxima de 10 a 25 minutos, e realizados até às duas da tarde, para não comprometer o sono noturno.

Em caso de insônia crônica ou sintomas persistentes de cansaço mesmo após uma noite completa de sono, é fundamental procurar ajuda médica para investigar o que pode ser. “Priorizar o tratamento adequado, incluindo o uso de medicamentos quando necessário, é fundamental para assegurar uma boa qualidade de sono e promover o bem-estar geral”, lembra o especialista.

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Por fim, José destaca que os estudos auxiliam no desenvolvimento de medidas para melhorar a qualidade do sono, e assim, impactar também o equilíbrio do ganho peso. “À medida que avançamos no entendimento da complexa interação entre sono e saúde metabólica, estas descobertas assumem um papel crucial na orientação de políticas de saúde pública e práticas clínicas. A epidemia global de obesidade, associada a uma série de doenças crônicas, requer uma abordagem multifacetada, na qual a qualidade do sono desempenha um papel significativo. Portanto, investir em estratégias para promover um sono reparador e consistente pode ser uma das medidas preventivas e terapêuticas valiosas na luta contra a obesidade e suas complicações associadas”, concluiu o médico.

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.