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Saúde

Especialista alerta que uso indevido de testosterona está provocando atrofia e infertilidade

O urologista Rodrigo Trivilato, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, alerta sobre os riscos de reposição de testosterona, um hormônio masculino que virou febre entre praticantes de atividades físicas que miram no corpo perfeito, custe o que custar. Em entrevista ao Jornal Bandeirantes da Rádio Bandeirantes, na sexta-feira (23) ele observou que são preocupantes o modo como está sendo indicado, aleatoriamente, especialmente em academias de ginástica, e também a falha no acompanhamento do uso.

“O vilão não é a testosterona. É o modo como é indicado o tratamento, com prescrição incorreta que, se pode dizer, virou uma epidemia em academias e até entre profissionais médicos que recomendam testosterona de modo indevido”, afirmou.

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Ele explica que o hormônio é um medicamento muito bom quando bem indicado, bem acompanhado e dirigido a quem necessita por razões clínicas. “Desde que observadas as indicações corretas e fornecido acompanhamento bem perto do paciente”, senão, o uso pode levar a problemas.

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Tratamento é importante, mas prescrição exige cuidado

O especialista lembra que é um hormônio masculino indicado para agir 95% no testículo e 5%  na glândula adrenal. Pacientes com hipogonadismo (nível baixo de testosterona) sofrem desde perda da libido até dificuldades para ereção, desânimo para prática de esportes, perda de massa muscular e ganho de gordura. “Isso demonstra a importância desse hormônio como tratamento”, explica

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Dessa forma, alerta o médico, a prescrição deve ser indicada aos pacientes com produção baixa de testosterona comprovada por exames laboratoriais e sintomas. Segundo ele, somente 10% dos casos se encaixam nesse quadro. Além disso, é um quadro que apareceria com o envelhecimento em condições normais, mas que está se manifestando em pacientes com 20 e 30 anos que fizeram uso indiscriminado de testosterona. “Quanto maior a dose e o tempo de uso, mas difícil de recuperar”, alerta.

Jovens começam a relatar problemas

O urologista explica que, após os 40 anos, a perda de testosterona é de 1% ao ano,  acrescentando que, além do envelhecimento, a epidemia de obesidade é outro fator, junto com doenças como a diabetes. Ocorre que os pacientes que estão aparecendo fogem desse perfil, mas se enquadram nos efeitos colaterais do uso do hormônio, tais como hipogonadismo e infertilidade.

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“A curiosidade é que o uso indiscriminado de testosterona causa hipogonadismo”, aponta. Segundo ele, isso ocorre porque o corpo entende que deve parar de produzir o hormônio quando o paciente o consome de forma artificial. Além disso, o uso indiscriminado pode atrofiar o organismo, paralisando a produção do hormônio.

“Se ele para de fabricar testosterona, também para de produzir espermatozoide, assim o paciente fica infértil”. Ele afirma que alerta seus pacientes que, se eles estão usando ou vão usar testosterona, “estejam cientes de que terão de usar para sempre”.

Para ele, o que é muito grave é que a maioria dos profissionais que recomendam o uso de testosterona não sabem tratar as complicações. Conforme cita, os relatos dos pacientes que chegam no consultório apontam quadros de falta de apetite sexual e dificuldades para ereção, além de peso elevado. Eles são recomendados a passarem por exames e depois é prescrito o hormônio conforme ocaso.

O outro perfil é do homem que usou muita testosterona e agora tem sinais de infertilidade por não produzir mais espermatozoides, acrescenta ele.

Hormônio é proibido para mulheres por três sociedades médicas

Rodrigo Trivilato alerta que a testosterona não é indicada para mulheres. Segundo ele, as sociedades de urologia, endocrinologia e ginecologia são incisivas contra a prescrição de testosterona para mulheres para fins estéticos, por exemplo. “O setor está muito preocupado com as consequências desse boom no uso de testosterona por mulheres”, aponta.

A preocupação é decorrente do desconhecimento sobre reações adversas e doenças, como o câncer. O especialista questiona que as pessoas sejam induzidas por tendências impostas nas redes sociais, por exemplo, para o consumo indevido de produtos como hormônios com fins estéticos como ganho de massa muscular, definição do corpo, quando isso “é um efeito colateral da testosterona”, observa ainda.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.

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