Com sabor de vingança, a seleção da Espanha derrubou nesta quarta-feira a longa série invicta da Itália, atual campeã europeia, três meses depois de ser eliminada pela rival na semifinal da Eurocopa. Jogando na casa da adversária, no tradicional estádio San Siro, em Milão, os espanhóis venceram por 2 a 1 e avançaram à final da Liga das Nações da Uefa.
Os italianos não perdiam uma partida há 37 jogos ou três anos. Desta série, 25 partidas foram vencidas pela Itália sem levar gol, numa sequência marcada por 93 gols e apenas 12 sofridos.
A derrota teve sabor ainda mais especial porque a Espanha impediu a Itália de decidir o título em casa. A final está marcada novamente para o San Siro, no domingo. A torcida italiana terá que assistir ao confronto entre sua algoz e o vencedor do duelo entre Bélgica e França, que vão se enfrentar em Turim, na quinta.
Espanhóis e italianos entraram em campo nesta quarta sem algumas peças que foram decisivas para suas boas campanhas na Euro, em julho. Com apenas uma vitória nos quatro jogos que disputou desde o título europeu, a Itália não contou com o artilheiro Ciro Immobile. O técnico Roberto Mancini escalou Bastoni para formar dupla de zaga com Bonucci – Chiellini entrou somente no início do segundo tempo.
Do lado espanhol, o técnico Luis Enrique mudou quase todos os setores. E não contou com o experiente Jordi Alba e os jovens Dani Olmo e Ansu Fati. Mesmo com as baixas, a equipe visitante dominou o primeiro tempo com certa folga. Num confronto entre um ataque sólido e uma defesa consistente, a Espanha se impôs, buscou o gol o tempo todo e abriu o placar aos 16 minutos. Oyarzabal cruzou da esquerda para Ferrán Torres escorar com facilidade para as redes.
O placar não refletia o amplo domínio espanhol. A situação da Itália se complicou aos 42, quando Bonucci levou o segundo cartão amarelo e foi expulso de campo. Antes do intervalo, os visitantes ampliaram, em jogada semelhante ao primeiro gol, contando com os mesmos personagens. Apenas a conclusão de Torres foi diferente, usando a cabeça para ampliar, aos 46 minutos.
Com desvantagem numérica e no placar, a Itália encontrou dificuldades para equilibrar o duelo no segundo tempo. Jorginho, brasileiro naturalizado italiano, esteve longe de repetir as boas atuações da Eurocopa. Mesmo desorganizada no ataque, conseguia levar perigo. Aos 15, Chiesa acertou a trave.
O gol veio, enfim, aos 37. O mesmo Chiesa aproveitou vacilo da defesa espanhola, disparou no contra-ataque, entrou na área e entregou o gol nos pés de Pellegrini, que completou com facilidade para as redes. Mas, perdida em campo e jogando mais na base da raça do que na técnica, a Itália se despediu da competição continental.
(Conteúdo Estadão)