Ao lançar ontem à noite, no Salão Gercina Borges do Palácio das Esmeraldas, um box com quatro de suas significativas obras, o escritor e poeta goiano Edival Lourenço fez um reconhecimento público ao apoio do governador Marconi Perillo à produção cultural no Estado. Ele lembrou que, proporcionalmente, Goiás é o Estado que mais aplica recursos em cultura, e em valores absolutos só perde para São Paulo.
Edival Lourenço, que presidente da União Brasileira dos Escritores (UBE) em Goiás e integra a Academia Goiana de Letras (AGL), afirmou que Marconi trata a questão cultural com “muita lucidez”.
Ao saudar o escritor goiano, o governador destacou a intensidade e a vasta produção cultural de Edival Lourenço, “um amante da boa leitura e destacado escritor da literatura brasileira contemporânea”. Marconi disse ter conhecido o Edival há mais de trinta anos, na convivência com o ativismo cultural goiano, com Nasr Chaul e José Eduardo Morais, autores de “Saudade Brejeira”, segundo ele uma das belas canções da Música Popular Brasileira. E também com o poeta Pio Vargas, seu companheiro de lide política na juventude, muito amigo e conterrâneo do Edival. “É impressionante o poder da síntese do Edival”, disse, referindo-se aos tradicionais minicontos do escritor, escritos com no máximo 450 palavras e que compõe o livro “Os Carapinas do Sri Lanka”, que compõe a coleção.
Na solenidade, Marconi anunciou que o Governo de Goiás fará um evento com o setor cultural, na próxima semana, destinado à quitação de todos os repasses às entidades culturais do Estado, a exemplo do que foi feito esta semana em relação às contrapartidas da Saúde.
A obra de Edival – O Box lançado ontem reúne quatro volumes de importantes obras o escritor goiano: A Centopeia de Neon, Animal Sinistro, Os Carapinas do Sri Lanka e Pela Alvorada dos Nirvanas.
A Centopeia de Neon foi escrito no final da década de 80 do século passado. De certa forma, segundo próprio escritor, o livro antecipa a sociedade “cínica” e “complexa” que vivemos.
Os Carapinas do Sri Lanka, uma coletânea de minicontos, em que foram usados alguns critérios e restrições prévias para escrevê-los. “Teriam que ser minúsculos, mas com uma força simbólica tal que cada conto pudesse ter o conteúdo de um romance inteiro”, afirmou Edival.
Pela Alvorada dos Nirvanas é um livro inteiro, constituído de um só poema. Foi fermentado durante anos, mas escrito em um só dia. “É um trabalho que busca retratar a minha geração que nasceu na roça, num ambiente de pedra polida tardia, e fez uma travessia impensável, para sobreviver no ambiente rarefeito da era tecnológica”, explicou. Não se conhece na história nenhuma outra geração que tenha feito uma trajetória com tamanha alteridade.
Animal Sinistro é uma coletânea de crônicas com um viés ensaístico, onde se apresentam ao leitor oportunidades de reflexão sobre o nosso modelo civilizatório e ocupacional do planeta. As dificuldades de mudanças e o risco iminente da autodizimação da espécie.
O Box, com quatro volumes, lançado ontem, teve o apoio do Fundo de Cultura de Goiás e sintetiza parte da produção cultural do escritor goiano, que nasceu em Iporá.