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Política
| Em 5 meses atrás

Escolhido vice de Alcides, Max Menezes defende campanha com respeito aos legados

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Prevendo que a campanha eleitoral pode focar em ataques contra reputações, o ex-deputado e ex-secretário de Aparecida de Goiânia, Max Menezes (PSD), foi escolhido candidato a vice na chapa do deputado federal Professor Alcides (PL) com discurso de respeito ao legado dos ex-prefeitos. Engenheiro civil de formação, e filho de Ademir Menezes, que foi prefeito por duas vezes na cidade, o candidato a vice sinaliza que a campanha da chapa vai focar no respeito aos que construíram a “fundação de Aparecida”.

O motivo é a argumentação corrente nos bastidores da eleição de Aparecida que faz referência ao atual prefeito, Vilmar Mariano (UB), que aderiu à campanha de Alcides, e também a ex-prefeitos, como o próprio Ademir, que estão com o liberal, como sendo uma “volta ao passado” o retorno do grupo, em eventual vitória de Alcides.

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“Fizemos um pacto de não entrar em disputas que possam diminuir a discussão política. É natural que ela exista, mas tem que ser em alto nível. Quando meu pai disputou contra o Maguito Vilela, em 2012, os dois apresentaram seus projetos, mas ambos terminaram grandes, houve um perdedor e um vencedor, mas nenhum terminou apequenado após a eleição. Temos que repetir isso”, defendeu em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, jornalista Altair Tavares, nesta terça-feira (30).

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Assista à entrevista completa!!!

Campanha sem “espírito belicoso”

Para reforçar o argumento, ele fala sobre o candidato a prefeito na chapa. “O Professor Alcides é um homem maduro, com 70 anos, experiente. Já passou por diversas eleições. Tem uma vida pessoal resolvida e ele não construiu essa vida pessoal com embates. Então esse espírito belicoso nós não queremos dentro da campanha. Vai ser uma campanha propositiva, mas vamos responder tudo o que for preciso, principalmente quando se tratar de fake news ou daquilo que estiver sendo discutido na cidade”, garante. Segundo ele, essa orientação deverá ser seguida pela chapa de vereadores que vai rodear a candidatura bolsonarista de Alcides.

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Mesmo se outras chapas, em especial a do sobrinho de Maguito, Leandro Vilela (MDB) optarem por um discurso de “desconstrução” dos legados dos ex-prefeitos, ele disse que grupo vai manter-se longe dessa linha. “Aparecida é a segunda maior cidade do estado, segundo maior PIB do Estado, 40ª cidade do país. E como cidade grande temos que fazer política de alto nível para dar segurança ao morador e a quem vem investir na cidade”, reforça.

Em seguida, Max Menezes faz uma analogia com a sua profissão, a Engenharia Civil. “Quando você vai construir algo, não começa com as coisas prontas. É muito fácil ser engenheiro de obras prontas, chegar no final e criticar quem passou. Mas quando você vai iniciar a obra, você inicia na terra, na sujeira, na dificuldade, cavando buraco, preparando fundação forte para sair do chão algo projetado e que precisa ser construído. Esse passado que temos foi o que deu sustentação para Aparecida ser o que é hoje, o passado que construiu a fundação que nós temos. Aparecida foi construída lá atrás, não foi nos últimos 05, 10, 15 anos. Foi há muitas mãos e lá atrás”, afirma. Com isso, faz referência aos prefeitos que já passaram há mais tempo, e atinge os mais recentes, como Maguito e Gustavo Mendanha.

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Citação a ex-prefeitos

Na mesma linha, ele cobra reconhecimento e nomina os prefeitos que no seu entendimento tiveram papel importante para a cidade chegar onde chegou. Max Menezes inicia com o ex-prefeito Norberto Teixeira.

“Como não reconhecer o trabalho que ele fez em Aparecida? Era um momento em que muitos chegavam de fora com a malinha nas costas, como meu pai, o Professor Alcides, o pai do Norberto, buscando um sonho. E eram recebidos por Norberto, que fez um trabalho maciço no social, porque essas pessoas chegavam e não tinham emprego, assim como fez Sebastião Viana e Norberto em novo mandato”, lista.

Em seguida, o ex-deputado e ex-vereador fala de Ademir Menezes. “Meu pai foi prefeito em um momento difícil da cidade, sem dinheiro, mas deu apoio a todos na área social, e transformou essa cidade. Hoje a base está nos polos empresariais que são geradores de emprego e renda. A história é contada dessa forma”, defende.

“Maguito fez muito, mas teve uma base pronta”, afirma Max Menezes

Por outro lado, ele se dedica a uma análise específica sobre o ex-prefeito Maguito Vilela. “Sou fã do Maguito e do seu legado, pelos serviços prestados para a cidade. Foram mais de 80 linhas de ônibus enquanto Maguito foi governador. Ele fez muito, mas teve uma base pronta na cidade. Ao se falar, por exemplo, do IFG, foi uma área que meu pai adquiriu para colocar o IFG. O Heapa, meu pai comprou a área, iniciou a obra e o governo do Estado inaugurou depois. Apartamentos do Agenor Modesto, também foi área comprada por Ademir Menezes”, enumera.

Sobre sua decisão de disputar como vice na chapa, ele resume: “Nasci num berço político e me sinto orgulhoso disso”. Depois relembra que o pai foi vereador, prefeito e vice-governador.

Trajetória política

Sobre sua própria trajetória, lembra que foi secretário de Infraestrutura de 2005 até 2007. Foi eleito vereador em 2008 e em 2017 foi secretário de Desenvolvimento Urbano de Aparecida. “Isso meu deu contato com toda a cidade, aterro sanitário, paisagismo, zeladoria”, completa. Em 2018 disputou para deputado estadual e teve 30 mil votos, ficando na primeira suplência. Assumiu o mandato em 2022, e depois se candidatou, chegando novamente à suplência.

Segundo Max Menezes, a costura que levou o grupo de seu pai para a chapa de Alcides se deu aos poucos. “Meu pai pontuava bem nas pesquisas e o Professor [Alcides] nos procurou. Já havia a pré-candidatura de Vilmar Mariano que tinha legitimidade para isso´. Chegamos à conclusão de que as pessoas estavam buscando uma alternativa e avaliar mais de um projeto para a cidade para fazerem a escolha. Então, de três nomes, acabou se tornando dois e fizemos a escolha do Professor Alcides que pontuava melhor e estava em condições de disputar essa eleição. Ele nos fez o convite para meu pai coordenar a campanha na cidade porque ele tem vasta experiência e pode andar de cabeça erguida pelos vários feitos de quando foi prefeito de Aparecida”, acrescenta.

Segundo ele, a escolha do vice terminou de forma até surpreendente. “Foi tratada com muito cuidado para não perder aliados, ao mesmo em que era preciso construir uma chapa forte para disputar, como faz parte do xadrez político. Chegamos ao final com uma estruturação diferente da inicial, mas não por nossas ações, e sim ações de terceiros que fizeram movimentações, como a declaração de apoio do atual prefeito Vilmar”, finalizou. Com isso, fazia referência à imposição de desistência a Vilmar por parte da base do governador Ronaldo Caiado, que optou por Leandro Vilela. A movimentação, entretanto, aproximou o prefeito da sua própria oposição.

“Não tem eleição fácil em Aparecida”, analisa candidato a vice

Max Menezes afirma que não tem eleição fácil em Aparecida de Goiânia. Ele cita que “o ex-governador Maguito já vinha administrando a cidade há tempo em 2008 e ficou oito anos. Gustavo [Mendanha] disputou a eleição com o apoio de Maguito e venceu. Vimos que Gustavo conseguiu desempenhar seu papel e fez uma gestão reconhecida nos seus quatro anos e [chegou a] uma disputa confortável em 2020, vencendo em meio a uma pandemia. Com a saída de Gustavo para disputar mandato de governador, gerou uma movimentação natural de resistência. Era o eleito saindo e um vice assumindo. Aparecida nunca passou por um momento assim. Foi uma experiência nova”, analisa.

Seguindo o raciocínio, ele considera que o Professor Alcides tem chances por ter “uma história grande na cidade de Aparecida, de mais de 50 anos. Então vejo o mesmo desejo que tinham de eleger Maguito Vilela, agora com Professor Alcides. As pessoas querem dar a ele a oportunidade de ser prefeito. Ele tem seus investimentos em Aparecida, sua vida fincada aqui”, conclui.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.