A indicação do advogado Hélio Lopes para conduzir a comissão provisória, o futuro diretório municipal e depois ser o pré-candidato do PSDB à prefeitura, encontra resistência entre tucanos de Anápolis. Falando em nome de vários deles, o ex-vereador, empresário e comunicador Wesley Silva, disse que logo após as festas de final de ano o grupo pode deixar a legenda se o quadro não mudar.
“Não vamos mais procurar o diretório estadual, vamos apenas decidir pela permanência ou pela saída do partido se nossa vontade não for ouvida”, afirmou à reportagem nesta segunda-feira (18). A ameaça, segundo ele, é pela insatisfação quanto à indicação de Hélio Lopes.
Argumentando que foi o coordenador da campanha tucana em Anápolis nas eleições passadas, Silva disse que o grupo “lutou firme contra a estrutura bolsonarista para não ser escutado agora”.
Como mostrou o Diário de Goiás na sexta-feira (15), Hélio Lopes tem ciência da insatisfação e promete trabalhar para costurar a fissura. Ele, que tem uma ligação antiga com a Apae de Anápolis, foi presidente do Ipasgo na gestão do governador Ronaldo Caiado. Em outubro deixou o União Brasil para se filiar no PSDB.
O nome de Lopes foi uma escolha pessoal do ex-governador e então presidente estadual do PSDB, Marconi Perillo. Quem conta é o atual presidente provisório, o ex-deputado Hélio de Souza.
Em entrevista ao Diário de Goiás nesta segunda-feira (18) Hélio de Souza disse que não haverá alteração na escolha. Segundo ele, a comissão provisória incluiu nomes que fazem parte dos insatisfeitos e já está homologada.
“Em política, se enfrenta o contraditório. O ex-governador ouviu as partes e buscou o melhor para a disputa pelo que ele [Hélio Lopes] representa em Anápolis”, analisa. Mas também disse que espera que não haja mais dissenções e que está aberto ao diálogo.
Segundo Hélio de Souza, há o entendimento de que as definições de Marconi Perillo, tomadas quando na liderança do diretório estadual (hoje ele é presidente nacional), seriam todas mantidas pela comissão provisória estadual. “O Marconi esteve com João Gomes [ex-prefeito] e dialogou com os outros líderes antes. A escolha é dele e vamos respeitar”, frisou.
O ex-deputado pondera que o critério foi também considerar que o partido poderia ter alcançado melhor resultado eleitoral em Anápolis. Ele diz isso em comparação aos investimentos na cidade que foram realizados nos governos de Marconi Perillo.
“O PSDB precisa de um candidato com as chances reais de disputar em uma cidade onde Marconi foi um símbolo. Foram 20 anos de investimentos que levaram a cidade a ser a segunda economia de Goiás. Anápolis tem hoje um dos maiores polos farmacêuticos e polo industrial da América Latina. E teve a mão decisiva do Marconi para isso. Se você quer pensar em resultado, você tem às vezes que mudar o comando”, justificou.