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| Em 4 anos atrás

Entidades vão à Justiça pedir apuração de manifestantes que pediam “perdão a torturadores”

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Na cidade de Goiás, homens encapuzados e vestidos com roupas semelhantes às utilizadas na Procissão Fogaréu, manifestaram com faixas a favor de Bolsonaro e pedido de perdão aos torturadores. O ato aconteceu no último sábado (1), mesma data em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro saíram às ruas em ato a seu favor.

Enquanto uma faixa maior, carregada pelos manifestantes, pedia para que “Deus perdoe os torturadores”, um cartaz menor dizia: “Nosso Brasil pertence ao Senhor Jesus. Direita com Bolsonaro”. Em nota, a Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT) repudiou o ato e afirmou acionar a Justiça para investigar o caso.

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“Devido à demanda de questionamentos e mensagens de apoio recebidas nas redes sociais, pela UFG, imprensa e por pessoas que reconhecem os serviços que prestamos gratuitamente para a dinamização e valorização da cultura vilaboense e goiana, a estes e quem interessar, esclarecemos que a OVAT e a Procissão do Fogaréu não participaram dessa exibição pelas ruas de Goiás e tão pouco tem conhecimento de quem sejam os possíveis autores”, disse, em nota. 

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“Em detrimento da repercussão negativa que isso ensejou, tomaremos todas as medidas cabíveis junto às autoridades competentes: MP, Polícia Civil, MPF, Polícia Federal e OAB, e a estas nos colocamos à disposição naquilo que for necessário para averiguar a autoria deste fato”, completou. A organização afirmou, ainda, priorizar a harmonia e o respeito entre religiões e a ampla defesa aos direitos humanos. “A OVAT é contra: a incitação à ditadura, intolerância religiosa e étnica, preconceitos, silenciamentos, tortura, violência e quaisquer que sejam os atos que estimulem a violação dos direitos difusos e sociais”, ponderou.

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A Associação Cultural Pilão de Prata da cidade de Goiás, também repudiou o ato, por meio de nota, com a afirmação que este “agiu violentamente de forma racista e criminosa criando aspectos de violência simbólica latente inspirados na ceita Ku Klux Klan, assassina de povo negro”. “Justo em solo sagrado e patrimonial da cultura afro-brasileiro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos erguida às custas do flagelo do povo negro e de seus remanescentes”, diz a nota.

“Inescrupulosos caminharam pelo território quilombola em afronta à vida destes que carregam consigo o legado de seus antepassados.Mancharam o simbólico religioso da cidade de Goiás ao vestirem as indumentárias representativas da Procissão do Fogaréu, tão cara para cultura de nossa cidade. Em um momento tão crítico com mais de 400.000 (quatrocentos mil) mortos numa pandemia descontrolada profanaram o chão de Oxum, da Rainha Zinga, dos Bantus, das nossas crianças e dos nossos velhos.Estamos indignados e profundamente violentados diante de tamanho ato irreparável e digno de medidas jurídicas de responsabilização pelos diversos crimes cometidos de apoio à tortura, de rascimos.

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Goiás é Patrimônio Mundial e isso é um crime contra a humanidade e à vida. Pilão de Prata é vida do povo negro e jamais se silenciará!”, ponderou.

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