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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Entidades reagem a declarações de diretor-geral da PF

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O presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), Edvandir Felix de Paiva, disse que as declarações do diretor-geral da PF Fernando Segovia sobre investigação relativa ao presidente Michel Temer ferem a prerrogativa dos delegados de terem autonomia na presidência de um inquérito policial.

Paiva afirmou que a repercussão da entrevista foi “horrorosa e causou um mal estar enorme” entre os delegados da PF. Também chamou algumas frases de Segovia de “inacreditáveis”.

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Nesta sexta (9), em entrevista à agência de notícias Reuters, Segovia disse que não há provas de crime contra Temer no inquérito que trata de um decreto para a área portuária.

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Disse ainda que, se a Presidência da República acionar formalmente a PF a propósito do tom de perguntas feitas por escrito a Temer pelo presidente do inquérito, Cleyber Lopes, poderá ser aberto um procedimento administrativo disciplinar contra o delegado.

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“Se ficarem confirmados os termos dessa entrevista, aliás queremos que a direção da Polícia Federal explique, o diretor-geral está ferindo prerrogativas do nosso cargo de delegado. Coloca a Polícia Federal numa situação muito ruim”, disse Paiva.

O inquérito sobre o decreto da área portuária foi aberto em setembro e está em andamento.

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Segundo a Folha apurou, há diligências ainda sendo cumpridas, como depoimentos que devem ser realizados nos próximos dias.

Delatores da JBS, por exemplo, devem ser ouvidos na investigação.

Cleyber Lopes tem até o dia 20 de fevereiro para terminar o inquérito. Depois, deve submeter ao Supremo Tribunal Federal um relatório que pode estar acompanhado de um pedido de prorrogação de prazo, se considerar haver necessidade de outras diligências serem feitas.

Sobre a possibilidade de processo administrativo contra o delegado devido às perguntas feitas a Temer, o presidente da ADPF afirmou que o delegado tem a prerrogativa de fazer as perguntas que entender necessárias para a investigação.

“Ele não fez perguntas ao presidente da República, fez a um investigado. O diretor deveria ter dito que, se alguém fizer uma representação contra o Cleyber por essas perguntas, será imediatamente arquivada”, disse Paiva.

Segundo ele, Cleyber Lopes “é um dos delegados mais respeitados na instituição, uma pessoa muito séria”.

Paiva disse ainda que, uma vez confirmadas as declarações do diretor-geral, a entidade vai avaliar que medidas poderão ser tomadas para defender o delegado de pressões indevidas.

PERITOS

Em nota, o presidente da APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais), Marcos Camargo, afirmou que “é sempre temerário que a direção-geral emita opiniões pessoais sobre investigações nas quais não está diretamente envolvida”.

“A Polícia Federal trabalha com independência, de modo que eventuais declarações à imprensa não afetarão a rotina dos colegas dedicados à apuração citada pelo diretor”, disse a associação dos peritos na nota.

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, disse que “foi lamentável sob todos os aspectos o infeliz espetáculo de desrespeito do diretor geral Fernando Segóvia pela sua própria instituição e por seus subordinados”.

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