Em reunião realizada na tarde de ontem (28), com a participação do governador Marconi Perillo (PSDB), presidentes e diretores da Celg, os representantes do Fórum Empresarial e de Engenharia manifestaram apoio ao governo de Goiás no trabalho pela aprovação da cláusula que reduz a dívida da Celg. Na ocasião, também foram discutidos os efeitos negativos da retirada da cláusula da Medida Provisória n° 675, que reduziria a dívida da Celg Distribuição com Itaipu Binacional em R$ 400 milhões.
De acordo com a direção da Celg D, o passivo da distribuidora com a de energia saltará de R$ 900 milhões para R$ 1,3 bilhão com a exclusão da cláusula, já que pelas regras em vigência o saldo devedor seria cobrado em dólares, com taxa anual de juros de 12%.
Segundo os representantes dos Fóruns, eles reconhecem a importância da dívida da Celg para a administração pública e para o setor produtivo. De acordo com o presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, o fórum empresarial fará o que for possível para que seja de conhecimento da sociedade o prejuízo que, para ele, a emenda trará para os goianos. “É uma luta do setor produtivo também, porque se a Celg fica prejudicada, Goiás fica prejudicado, o setor produtivo fica prejudicado”, disse.
O governador afirmou que a emenda foi suprimida por razões políticas, que potencializaram a questão de forma equivocada. “Fizeram isso por falta de informação ou por maldade política mesmo, jogando contra a empresa, contra Goiás e contra o governo federal”, ressaltou Marconi Perillo.
O tucano ressaltou que o trabalho de recuperação da Celg teve início em 2001, quando ele assumiu o governo. “Tivemos certa dificuldade para sentar à mesa com o governo federal, mas depois conseguimos avançar permanentemente de forma construtiva, começando com a entrega do comando da Celg e do conselho administrativo em janeiro de 2012 à Eletrobrás. A Celg já é administrada pelo governo federal há quase quatro anos, e depois tivemos a transferência do controlo acionário da companhia em 2014”, afirmou.
A dívida da Celg com Itaipu teve início em 2006 e perdurou até 2010. Conforme explicou o presidente da CelgPar, José Fernando Navarrete, a Celg adquiria suprimento de energia de Itaipu, repassava o custo aos consumidores nas contas de energia, recebia o valor e não pagava Itaipu. “Isso gerou a dívida dolarizada acrescida de juros de 1% ao mês que hoje soma R$1,3 bilhão”, explicou.
Navarrete destacou que a dívida da Celg com Itaipu ainda não foi liquidada por definição do governo federal, que apontou quais as dívidas que deveriam ser priorizadas quando o governo contraiu empréstimo de R$ 3,5 bilhões em 2011 para recuperar a companhia.