A data de votação para as eleições se aproxima e, com ela, a expectativa de renovação em vários âmbitos. Em Goiás, os principais candidatos, à frente nas pesquisas, apresentam extensos planos de governo, com prioridade às áreas da saúde, educação e segurança pública. 

Na educação em específico, o estado está classificado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em primeiro lugar a nível nacional do ensino médio público. Algo que, de acordo com profissionais da área, deve servir como incentivo para a valorização dos educadores e administrativos do setor.

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De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Ludmylla Morais, a categoria vive, hoje, um momento de desânimo com relação aos salários, plano de carreira, dentre outros pontos. “Os candidatos falam muito da educação, mas falam pouco de quem faz a educação. Nos últimos anos, por exemplo, foi tirado o quinquênio, a licença-premium”, pontuou.

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A líder destaca esperar que a próxima gestão leve mais valorização aos profissionais da área. “Nós esperamos que o próximo governador olhe para a educação com um olhar mais humanizado, para entender que pintar a escola é importante, é condição de trabalho e para os próprios estudantes, mas não é isso que garante educação de qualidade. Não adianta a escola estar pintada, ter um painel informando que a unidade recebeu recursos, mas o professor estar sem carreira”, frisou.

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“Esperamos compromisso com a educação e com o povo. Esperamos um plano de carreira para professores estruturados e um plano de carreira para os servidores administrativos, concursos públicos, a volta da titularidade. Esperamos que o próximo governo pague o piso para os professores, cumpra o percentual de data-base para os administrativos. Que quem ganhe, priorize a gestão democrática das escolas, para que esse diretor seja comprometido com a comunidade que o elegeu”, salientou a presidente da Sintego, com a ressalva de que o sindicato não briga por auxílios, em razão de garantia. “Os auxílios qualquer um pode tirar”, ponderou.

Da mesma forma, o Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro), afirma lutar em defesa dos professores goianos. De acordo com a presidente da entidade, Fernanda Moi, as propostas apresentadas pelos candidatos concorrentes ao Executivo estadual têm sido acompanhadas com atenção, sobretudo no que diz respeito à educação, e espera, também, além do comprometimento com a área, a valorização da carreira dos professores. 

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“Embora saibamos que o Sinpro é uma instituição que luta pelos direitos dos professores da rede privada, devemos estar atentos às propostas feitas pois sabemos dos reflexos. Neste sentido, diante do cenário de crise pelo qual passamos, diante da mercantilização da educação e da precarização, cada dia maior, nas relações de trabalho dos professores, acreditamos piamente que o próximo governador do Estado deve estar altamente comprometido com a educação e valorização da carreira docente. Partimos da ideia de que a educação tem uma função libertadora e que é somente a partir e através de um ensino de qualidade que efetivamente poderemos reduzir as desigualdades econômicas e sociais, enfatizou.

Propostas

Primeiro colocado nas pesquisas, o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), destaca, em seu plano de governo, de 75 páginas, as ações voltadas à educação durante sua gestão, com destaque às iniciativas de melhoria na qualidade de ensino e valorização dos servidores da educação e combate à evasão escolar. O texto salienta a valorização dos servidores da educação, com equalização de salários entre os professores temporários e concursados, ajuda de custo, reajuste salarial e das gratificações, auxílio alimentação e  bônus por resultado, com a afirmativa de que nenhum professor do Estado recebe abaixo do Piso Nacional do Magistério.

Foto: Secom Goiás

E propõe, neste sentido, como avanço para o próximo mandato: garantir que os salários dos professores de Goiás estavam entre os melhores do país; elaborar a Política de Desenvolvimento Profissional com foco na aprendizagem e avaliação pedagógica, com criação de prêmios relacionados ao desempenho das escolas e ao uso pedagógico da tecnologia pelos professores; manutenção do Auxílio de Aprimoramento Continuado para os servidores da Rede Estadual de Educação; estimular a carreira com bolsas de estágio para atrair os melhores alunos para os cursos de licenciatura; Cuidado integral com o professor, com promoção de ações com vistas a garantir a promoção de saúde e do bem-estar dos professores.

(Foto: Reprodução)

Segundo colocado nas pesquisas, Gustavo Mendanha propõe, em seu programa de modernização da gestão educacional: elaborar um amplo diagnóstico do quadro de professores da rede estadual e conveniada de ensino, incluindo dados sobre rotina e condições adequadas de trabalho; reestruturar os planos de carreiras, buscando torná-los atrativos e sustentáveis; reestruturar a política de formação continuada atrelada ao desenvolvimento profissional na carreira; aprimorar o plano de qualificação dos processos de seleção e estágio probatório.

(Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Já o candidato Major Vítor Hugo (PL), afirma, em seu plano de governo, que o objetivo é o de valorizar os professores e as demais carreiras ligadas ao sistema de educação estadual. “Firmaremos parcerias com a iniciativa privada, em especial com a indústria, a fim de valorizar esses profissionais, dando-lhes melhores condições de trabalho e melhor infraestrutura de ensino”, pontua. “O pressuposto inicial básico para avançarmos é garantir a valorização dos profissionais da educação, assegurando a formação contínua na área de atuação, carreira bem estruturada, remuneração digna e condições seguras de trabalho condizentes com a responsabilidade desses profissionais na sociedade”, acrescenta.

Wolmir Amado (PT) e Edgar Diniz (Novo) não citam em seu plano de governo, voltado à área da educação, questões relacionadas à valorização do professor com relação a salários, datas-bases e plano de carreira, enquanto Cíntia Dias (Psol) menciona a retomada de concursos públicos para educação, saúde e segurança.

Reprodução
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