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Cidades
| Em 4 anos atrás

Associação Filhos do Pai Eterno e padre de Trindade alvos de investigação do MP-GO

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Foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (21) uma operação que apura suspeitas irregularidades na gestão financeira da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). São cumpridos 16 mandados de busca apreensão na sede da entidade, empresas e residências em Goiânia e Trindade. “A investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) originou-se do encaminhamento, pelo Poder Judiciário, de cópia de inquérito policial, em que o presidente Afipe, após ser vítima de extorsão, utilizou indevidamente recursos provenientes de contas das associações que preside”, informou a assessoria de imprensa do Ministério Público de Goiás.

A operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás (MP-GO), é intitulada de “Vendilhões” investiga também a Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro. Os mandados foram expedidos pela juíza Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais.

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De acordo cm o MP-GO, são apurados supostos crimes de organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal. A investigação surgiu quando o órgão recebeu inquérito policial no qual o presidente da Afipe, Padre Robson, após ser vítima de extorsão, teria utilizado indevidamente recursos provenientes de contas das associações que preside.

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Participam da operação 20 promotores de Justiça, 52 servidores do MP-GO, 4 delegados, 8 agentes da Polícia Civil e 61 policiais militares

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A Afipe foi criada em 2004 pelo pároco Robson de Oliveira Pereira, o padre Robson, atual reitor da Basílica de Trindade. A entidade também administra o santuário e possui um canal de TV e transmite celebrações em rádio.

A Romaria do Divino Pai Eterno, uma das principais festas religiosas do país, também é organizada pela Afipe.

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Afipe se converteu em empresa, diz promotor

Conforme o promotor Sebastião Marcos Martins, quando o MP-GO recebeu a investigação sobre a extorsão, “se deparou com uma grande teia de movimentação financeira, de valores altíssimos, com propriedades de valor elevado, que mereceriam análise mais aprofundada”.

O MP-GO afirmou que a Afipe se tornou “uma grande empresa”. “Ela tem argumento religioso, mas se converteu numa grande empresa, que explora agropecuária, venda de imóveis”, disse o promotor. “As contas bancárias foram usadas para comprar fazendas, residências em condomínios fechados em Goiânia, em São Paulo”, completou.

Ele citou ainda que “muitas pessoas que orbitam em volta das Afipes começaram a apresentar uma valorização patrimonial muito grande”.

Martins ponderou que ainda é cedo para imputar a prática de qualquer crime ao Padre Robson e aos outros investigados. “Precisamos analisar a documentação. Apreendemos muitos documentos, pen drives e HDs”, informou. “Tentaremos analisar a origem desse dinheiro. Existem alguns repasses que identificamos, que não estão devidamente esclarecidos. Alguns valores, algumas citações de empréstimos que precisamos entender”, explicou.

O promotor frisou que a investigação prossegue. Os próximos passos serão ouvir testemunhas, confrontar dados de contratos, analisar informações de imposto de renda e dos documentos obtidos na busca e apreensão desta sexta.

Posicionamentos

A Arquidiocese de Goiânia, responsável pela circunscrição religiosa de Trindade, afirmou que “está atenta ao trabalho do Ministério Público, espera que tudo seja apurado o mais breve possível e se coloca à disposição para colaborar com a Justiça”.

Advogados da Afipe disseram que a entidade não foi “pega de surpresa” com a operação. O corpo jurídico afirmou ainda que, desde 2019, “se colocou à disposição do Ministério Público”. Eles disseram que o padre Robson acompanhou as ações do Gaeco e a operação segue em “extremo sigilo”.

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Tags: Afipe