As polêmicas envolvendo o livro “O Avesso da Pele” não são novas, mas ganhou um novo capítulo depois de estar sendo recolhido de escolas estaduais em Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul. Isso aconteceu após a diretora de uma escola no Rio Grande do Sul pedir o banimento da obra por considerar que suas descrições de cenas de sexo são impróprias a alunos de ensino médio, com idades entre 14 e 17 anos.
Antes do recolhimento do livro, porém, artistas e intelectuais já haviam lançado uma petição em apoio a Jeferson Tenório, autor do livro. Apesar disso, a ação, de acordo com o ECA (Estatudo da Criança e do Adolescente), não pode ser considerada censória, já que “o pai de qualquer aluno de uma escola do estado ainda pode pedir à biblioteca da instituição uma cópia do romance para o seu filho”.
O Ministério da Educação (MEC), por sua vez, afirmou que os livros são avaliados por professores, mestres e doutores antes de integrarem o catálogo do PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático). A “permanência no programa é voluntária”, segundo o órgão, e as escolas têm autonomia para escolher “os materiais que mais se adequam à sua realidade pedagógica”.
Apesar disso, o MEC não respondeu se “O Avesso da Pele” infringe as diretrizes do ECA. Há a suspeita, porém, que os problemas com o título, que surgiram há mais de um ano depois da posse de Lula, quando uma discussão que mobilizou o governo de Jair Bolsonaro, ganharam forças por motivos políticos, já que, neste ano, há eleições municipais. Vale lembrar, no entanto, que a obra literária foi escolhida pelo governo federal sob gestão de Bolsonaro.
Enquanto a discussão continua, ‘O Avesso da Pele’ registrou aumento de 400% nas vendas entre os últimos dias 1º e 5.