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Economia
| Em 2 anos atrás

Entenda o rombo de R$ 20 bilhões descoberto pela Americanas e que deve fazer ações caírem

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Um “fato relevante”, informação de importância divulgado por empresas, difundido pela Americanas nesta quarta-feira (11), conta que foram detectadas “inconsistências em lançamentos contábeis” estimadas em R$ 20 bilhões. Basicamente a empresa admitiu um rombo, que inclusive ainda está em análise preliminar e com data-base de 30 de setembro de 2022.

Junto da informação do rombo bilionário, vieram também as renúncias do diretor-presidente Sergio Rial e do diretor de Relações com Investidores André Covre, que haviam sido empossados em 2 de janeiro, há dez dias. O Conselho de Administração da empresa criou um comitê pra apurar a situação e nomeou, interinamente, para diretor-presidente e diretor de Relações com Investidores, o João Guerra, antes diretor de recursos humanos.

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Como diz a empresa, valor estaria relacionado a “lançamentos contáveis redutores da conta de fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o ano de 2022”. Confira na íntegra o que disse a Americanas.

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Em atendimento ao disposto na Resolução CVM no 44, de 23 de agosto de 2021, vem comunicar aos seus acionistas e ao mercado em geral que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o exercício de 2022. Numa análise preliminar, a área contábil da Companhia estima que os valores das inconsistências sejam da dimensão de R$ 20 bilhões na data-base de 30/09/2022. A Companhia estima que o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial.

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Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da Companhia.

Entre as inconsistências mencionadas acima, a área contábil da Companhia identificou a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais a Companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras de 30/09/2022.

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As estimativas acima estão sujeitas a confirmações e ajustes decorrentes da conclusão de trabalhos de apuração e dos trabalhos a serem realizados pelos auditores independentes, após o que será possível determinar adequadamente todos os impactos que tais inconsistências terão nas demonstrações financeiras da Companhia.

Diante desses fatos e consequente alteração de prioridades da administração, o Diretor- Presidente Sergio Rial e o Diretor de Relações com Investidores André Covre, empossados em 2/1/2023, comunicaram sua decisão de não permanecer na Companhia, com efeito imediato.

O Conselho de Administração nomeou interinamente para Diretor-Presidente e Diretor de Relações com Investidores o Sr. João Guerra, executivo com ampla trajetória na companhia nas áreas de tecnologia e recursos humanos, e não envolvido anteriormente na gestão contábil ou financeira.

O Conselho de Administração decidiu, ainda, criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis, que terá os poderes necessários para a condução de seus trabalhos.

Os acionistas de referência da Americanas, presentes no quadro acionário há mais de 40 anos, informaram ao Conselho de Administração que pretendem continuar suportando a Companhia, tendo o Sr. Sergio Rial como seu assessor nesse processo, prestando apoio na condução dos trabalhos.

A Companhia manterá o mercado informado a respeito dos desdobramentos relevantes relacionados aos assuntos objeto deste Fato Relevante.

Vale lembrar que o fato relevante foi divulgado após o fechamento do mercado, quando a empresa fechou o dia valendo R$ 11 bilhões, quase metade do valor do rombo. A companhia afirmou que deve se pronunciar em breve com mais detalhes.

De acordo com o Brazil Jornal, situação é um “soco na cara do mercado de capitais brasileiro, dado que o free float da empresa é composto majoritariamente por investidores internacionais, incluindo a Blackrock, Vanguard e o Wells Fargo”. Ou seja, as aões da Americanas, que tem tido um dos piores papéis do varejo nos últimos dois anos, segundo o veículo, podem cair ainda mais.

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Carlos Nathan Sampaio

Jornalista formado pela Universidade Federal e Mato Grosso (UFMT) em 2013, especialista Estratégias de Mídias Digitais pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação de Goiânia - IPOG, pós-graduado em Comunicação Empresarial pelo Senac e especialista em SEO.

Tags: Americanas