Com estudos realizados desde 2008, os medicamentos senolíticos foram classificados como medicamentos que prometem otimizar a longevidade e atrasar ou reverter doenças relacionadas à idade. Essa terapia funciona eliminando seletivamente células envelhecidas, chamadas ‘senescentes’, que são aquelas que pararam de se dividir e se tornaram disfuncionais, mas persistem em se acumular no corpo com a idade. Quem explica é o médico nutrólogo e intensivista José Israel Sanchez Robles.
O especialista afirma que, com a aniquilação das células senescentes, há a possibilidade de prevenir o aparecimento de condições como catarata, osteoporose, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e até demência. “Isso já é realidade, pois medicamentos senolíticos têm mostrado efeitos benéficos em estudos pré-clínicos, como melhorar a função dos tecidos, reduzir a inflamação e prolongar a vida útil em modelos animais”, pontua.
O médico conta, ainda, que dos medicamentos senolíticos que estão sendo desenvolvidos e testados em ensaios clínicos atualmente estão o Dasatinibe, Quercetina, Navitoclax e Fisetina. “Esses medicamentos têm mostrado resultados promissores em estudos clínicos iniciais, com melhorias vistas em várias condições relacionadas à idade, como osteoartrite e fibrose pulmonar idiopática”, reforçou.
Como ainda estão em fases iniciais, os medicamentos senolíticos, porém, também apresentaram alguns riscos e efeitos colaterais potenciais. “Estudos sugeriram que a eliminação de células senescentes podem ter efeitos negativos no sistema imunológico, e há também preocupação do aumento de risco de câncer”, alerta José Israel.
Apesar disso, o especialista garante que se trata de um assunto emocionante para a área da medicina, e que pode resultar em muitos pontos positivos no futuro. “Mais estudos são necessários para entender completamente sua segurança e eficácia em humanos. A esperança é que esses medicamentos possam ser usados para melhorar a longevidade e prevenir ou atrasar o surgimento de doenças relacionadas à idade de forma definitiva”, diz o médico.