Como se a obrigatoriedade de usar máscaras em alguns lugares já não fosse polêmica o suficiente, um novo estudo feito por epidemiologistas britânicos concluiu que o uso de máscaras pode não funcionar para o controle de infecções respiratórias como a gripe, a síndrome respiratória aguda grave e também a Covid-19.
A revisão, publicada pela CNN e chamada de “Intervenções físicas para interromper ou reduzir a propagação de vírus respiratórios”, analisou resultados de 78 pesquisas feitas antes e durante a pandemia. O estudo foi feito em vários lugares do mundo e tinha, como objetivo, determinar a eficácia real do uso de máscaras e da higiene das mãos para deter a transmissão dessas doenças.
Acontece que a conclusão causou surpresa e, claro, mais polêmica: não houve certeza se o uso de máscaras ou respiradores N95/P2 ajudou a retardar a propagação dos vírus respiratórios, segundo os especialistas. “O uso de máscara pode fazer pouca ou nenhuma diferença em quantas pessoas contraíram uma doença semelhante à gripe ou à Covid-19; e provavelmente faz pouca ou nenhuma diferença em quantas pessoas têm gripe ou Covid-19 confirmada por um teste de laboratório”, constava escrito pelos epidemiologistas.
“Em comparação com o uso de máscaras médicas ou cirúrgicas, o uso de respiradores N95/P2 provavelmente faz pouca ou nenhuma diferença em quantas pessoas têm gripe confirmada; e pode fazer pouca ou nenhuma diferença em quantas pessoas contraem uma doença semelhante à gripe ou doenças respiratórias”, também afirma o estudo. O trabalho, que questiona o uso de máscaras contra Covid-19, foi publicado por uma organização sem fins lucrativos – Cochrane – muito respeitada pelos seus estudos relacionados à saúde pública.
Agora, contrariando uma das recomendações mais importantes feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a pandemia, o uso das máscaras respiratórias para evitar a disseminação do novo coronavírus se torna uma grande interrogação. Vale lembrar que a recomendação ainda continua em vigor, por hora, e o uso é obrigatório em alguns países e alguns lugares, como aviões, por exemplo.
Vale lembrar, ao menos, que a higienização das mãos teve efeito comprovado para evitar a disseminação de vírus. “Seguir um programa de higiene das mãos pode reduzir o número de pessoas que contraem uma doença respiratória ou semelhante à gripe, ou têm gripe confirmada, em comparação com pessoas que não seguem esse programa”, afirmam os especialistas.