A noite foi curta para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Mal se encerrou a votação sobre a estrutura dos ministérios de Lula na madrugada desta quinta-feira (1º), horas depois a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em uma investigação sobre desvios em contratos para a compra de kits de robótica com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
O caso envolve Lira, por que teve origem a partir de uma reportagem da Folha de S.Paulo publicada em abril do ano passado sobre as aquisições em municípios de Alagoas, todas assinadas com uma mesma empresa pertencente a aliados do presidente da Câmara.
Vale lembrar que tudo isso acontece pouco mais de um dia após uma das maiores derrotas de Lula na Câmara: a aprovação do marco temporal. Não que uma coisa tenha a ver com outra.
De toda a forma, segundo a PF, os crimes teriam sido cometidos entre 2019 em 2022, durante governo de Jair Bolsonaro (PL) em contratos de 43 municípios alagoanos.
“De acordo com a investigação, as citadas contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes”, diz nota da polícia.
Resumindo, investigação fala da compra de kits de robótica. Na época, foram 253 empenhos em valor total de R$ 189 milhões para a compra de kits de robótica, muitos para escolas que mal tinham estrutura.
A reportagem da Folha, por sua vez, reforçou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi quem destinou R$ 26 milhões de recursos do MEC (Ministério da Educação) para a compra desses kits de robótica, e que as escolas das pequenas cidades de Alagoas sofriam com uma série de deficiências de infraestrutura básica, como falta de salas de aula, de computadores, de internet e até de água encanada.
Além disso, todos os municípios têm contratos com uma mesma empresa, que são aliados de Arthur Lira (PP-AL).