Três a cada quatro pais pretendem vacinar seus filhos contra a covid-19. É o que aponta a enquete promovida pelo Diário de Goiás nas redes sociais. Dos internautas que participaram, 74% querem que os pequenos se imunizem.
Há, porém, um alto índice de rejeição à vacina. Somam 26% aqueles que dizem que não vão levar os filhos para receber o imunizante contra o coronavírus.
O debate surge na esteira da liberação da vacina da Pfizer para a população pediátrica por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão regulador concedeu autorização para administração das doses em indivíduos de cinco a 11 anos de idade.
Antes mesmo da aprovação, a Anvisa já havia sido alvo de ameaças via e-mail. Descontentes com a possibilidade da liberação da vacina para as crianças, pessoas ameaçaram técnicos, caso houvesse autorização.
Depois da liberação da Anvisa, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas à agência e pediu que os nomes de quem avalizou a ampliação para o público pediátrico fossem divulgados.
“Não sei se são os diretores e o presidente que chegaram a essa conclusão ou é o tal do corpo técnico, mas, seja qual for, você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram aqui a vacina a partir dos cinco anos para o seu filho. (…) Agora mexe com as crianças. Então quem é responsável é você pai. Tenho uma filha de 11 anos. Vou estudar com a minha esposa qual decisão tomar”, disse Bolsonaro em live na quinta-feira (16).
A agência reagiu e afirmou que é alvo de ativismo político, além de repudiar as ameaças do presidente.
“A Anvisa está sempre pronta a atender demandas por informações, mas repudia e repele com veemência qualquer ameaça, explicita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famílias: o nosso trabalho, que é proteger a saúde do cidadão”, sublinhou em nota.
Os estudos da Pfizer mostram que a vacina preveniu 90,7% das infecções por coronavírus em crianças de cinco a 11 anos. Além disso, não houve efeitos adversos graves entre esse público.
O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo. Cada dose foi um terço da quantidade administrada a adolescentes e adultos.
Segundo os pesquisadores, 16 crianças que receberam o placebo foram infectadas com Covid-19, em comparação com três que receberam o imunizante.