Categorias: Mundo

“Enquanto houver instabilidade política no Brasil, o dólar vai continuar subindo”, afirma economista

Além da questão econômica, um fator que influencia diretamente o valor do dólar é o ambiente político do país. No caso do Brasil, o clima hostil entre Câmara dos Deputados, Senado e a Presidência da República, com possível pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), faz com que o restante do mundo veja o Brasil com imagem negativa. Para entender a comparação, em 6 de janeiro de 2015 o dólar foi cotado a R$ 2,70. Esta semana, o dólar chegou a R$ 3,56.

“A instabilidade política, a imagem negativa que o Brasil está passando para o exterior faz com que o dólar continue subindo. A perspectiva é subir até que se atinja a melhor estabilidade no ambiente político”, afirma José Luiz Miranda, economista, professor universitário e ex-conselheiro Regional de Economia.

Segundo José Luiz, essa instabilidade faz com que investidores de outros países fiquem com receio de colocar dinheiro no Brasil. “E os que estão aqui [investimento no país] estão querendo sair”, explica. Ou seja, isso faz com que a entrada de dólar seja menor que a saída. Quando isso acontece, a oferta diminui e a procura aumenta.

“É a lei de oferta e procura. Se você tira o dólar do Brasil, a procura aumenta. Com pouca moeda no país, a tendência do preço é subir. Enquanto não tiver um horizonte mais claro sobre a política, a entrada de moeda forte será afetada”, diz José Luiz.

Exportação e Importação

Questionado sobre como fica o clima de exportação e importação brasileiro com a alta do dólar, José Luiz afirmou que em alguns casos o valor hoje, de R$ 3,56, pode ser lucrativo para determinados segmentos, mas que para outros não faz diferença.

“No agronegócio, por exemplo, existem duas situações. Uma coisa é você produzir para vender. Neste caso, você receberá em dólar, então ganhará mais com a exportação. Mas quando você precisa comprar maquinário, que será pago em dólar, para produzir e vender, ficará ‘elas por elas’. Desta forma, você ganha mais porque o dólar aumentou, mas a sua dívida também será paga em dólar”, explica.

Medida

Uma das medidas a ser colocada em prática, no entanto, não aconselhável para a economia do país é a retirada de recursos da reserva internacional. “Tirar dólar da reserva para colocar no mercado fará com que o Brasil fique mais fragilizado ainda. É como se você se endividasse tanto que tivesse que pegar dinheiro da poupança para pagar as dívidas. O dinheiro vai acabando e não terá retorno. Isso só seria aplicável em caso de crise extrema”, conclui José Luiz.

Thais Dutra

Notícias Recentes

Agrodefesa promove debate sobre logística reversa de embalagens de agrotóxicos em Goiás

Na manhã desta segunda-feira (12), na sede da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), foi…

12/08/2024

Preso em flagrante homem acusado de perseguição em Alto Paraíso de Goiás

Foi preso em flagrante em Alto Paraíso de Goiás, um homem acusado de perseguir e…

12/08/2024

Morre Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, aos 96 anos

Nesta segunda-feira (12), o economista e ex-ministro Antônio Delfim Netto faleceu devido a complicações de…

12/08/2024

Profissionais da saúde de Aparecida declaram apoio a professor Alcides

O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Professor Alcides (PL), recebeu,…

12/08/2024

A cidade goiana que não reelege prefeitos (até 2020)

Fundada há 168 anos, a cidade de Piracanjuba nunca reelegeu um prefeito. Administrado atualmente por…

12/08/2024

Semana da Saúde do HDT oferece serviços gratuitos à população

Entre os dias 14 a 16 de agosto será realizada a Semana da Saúde do…

12/08/2024