Em depoimento à Policia Federal (PF), a enfermeira Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da Central de Vacinação de Duque de Caxias (RJ), disse que emprestou sua senha para o secretário de Governo da cidade, João Brecha, apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a servidora, ela compartilhou sua senha por não ver “qualquer má-fé” no pedido do secretário e acreditar que a mudança nos dados seria “idônea”.
A informação inserida no sistema em 21 de dezembro de 2022 é que o ex-presidente teria tomado duas doses de vacina (em agosto e em outubro). No dia 22 de dezembro do mesmo ano, um certificado de vacinação do ex-capitão foi emitido dentro do Palácio do Planalto. Cinco dias depois, após uma nova emissão, o usuário em nome da servidora apagou o registro do sistema, sob a justificativa de um “erro”.
Ainda em seu depoimento, a enfermeira disse não conhecer João Brecha pessoalmente e sustentou que o pedido para ajudá-lo partiu de sua chefe, a secretária de Saúde, Célia Serrano.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também deve prestar um novo depoimento à Polícia Federal na próxima terça-feira (16), no inquérito que investiga o esquema de falsificação de dados sobre vacinação.
Vale lembrar que o ex-presidente foi intimado a depor na semana passada, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão da Operação Venire. Na ocasião, a defesa do ex-presidente disse que ele só forneceria esclarecimentos após a liberação do acesso aos autos.
Além de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, dois ex-ajudantes de ordens dele foram presos durante a operação: o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-sargento do Bope Max Guilherme.
Eles são suspeitos de inserir informações falsas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 a fim de emitir certificados de vacinação para viajar aos Estados Unidos.