Publicidade
Cidades
| Em 2 anos atrás

Enel entra com pedido de impugnação para suspender pregão de ônibus elétricos do Eixo Anhanguera

Compartilhar

A empresa Enel Brasil, entrou com pedido de impugnação, neste sábado (25), para suspender a licitação do pregão eletrônico dos 114 ônibus elétricos para a frota do Eixo Anhanguera.

A Metrobus permanecerá responsável pela operação dos serviços de transporte, enquanto caberá a futura empresa contratada fornecer os veículos 100% elétricos, tais como manutenção integral dos veículos, implantação e instalação da infraestrutura de recarga e suporte dos ônibus elétricos (locação de carregadores), e a adaptação da estrutura da oficina e da garagem da Metrobus, pelo período de 16 anos, para operação no Eixo Anhanguera e extensões (Goianira, Senador Canedo e Trindade).

Publicidade

Portanto, segundo o documento, a futura contratada não possui ingerência sobre a operação dos bens objeto da Locação, de forma que não é capaz de gerenciar quaisquer riscos decorrentes do mau uso da frota de ônibus elétricos, ou da execução inadequada das atividades de carregamento diário da frota pelos operadores da Metrobus.

Publicidade

Segundo a Enel, o valor unitário mensal a ser percebido pela futura contratada já engloba todo e qualquer custo relativo à prestação dos serviços objeto do contrato, inclusive a manutenção. Isto é, independentemente de quantas manutenções corretivas forem necessárias, o valor pago pela Metrobus será o mesmo.

Publicidade

Assim, de acordo com a Enel, cria-se um incentivo “perverso” para que a Metrobus e seus empregados não atuem com o zelo necessário para com os bens locados.

Ainda conforme o documento, o contrato também não prevê qualquer tipo de sanção à contratante por eventual desmazelo com os veículos. Ao contrário, impõe à futura contratada a obrigação de reparar e substituí-los em prazos exíguos, em benefício da continuidade da prestação dos serviços públicos.

Publicidade

A Enel ainda acrescenta que, por mais que a terceirização dessas responsabilidade possa parecer vantajosa para a Metrobus, um exame mais atento, considerando a racionalidade econômica dos licitantes, mostra que é justamente o contrário.

Segundo a Enel, a própria Metrobus reconhece e assume o risco de que a futura contratada seja ressarcida pela tabela de valores e serviços praticados acima de mercado, ensejando aumento dos custos operacionais com a manutenção da frota.

Caiado denuncia Enel

O governador Ronaldo Caiado denunciou, que a empresa Enel Brasil tentou impedir a licitação para aquisição de ônibus elétricos para o eixo Anhanguera, prevista para esta segunda-feira (27).

De acordo com o governador, o prazo para recursos e questionamentos acerca do certame se encerrava na última quinta-feira (22). Portanto, a Enel esperou até às 22 horas de quinta, quando apresentou mais de 100 questionamentos, muitos deles que já haviam sido esclarecidos, e pediu no âmbito administrativo a suspensão da licitação.

Já nesta sexta-feira (23), a Metrobus, responsável pelo procedimento licitatório, respondeu aos questionamentos e a Enel, então, pediu na Justiça liminar para suspender a licitação. O pedido ainda não foi julgado.

“Trata-se de uma manobra clara com o único objetivo de prejudicar a licitação, visto que alguns dos questionamentos se referem à modelagem que a própria Enel propôs quando apresentou seu PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), ainda no ano passado”, disse o governador.

Segundo Caiado, a manobra da Enel não o surpreende. “Nunca vi a Enel como uma empresa, mas como uma facção criminosa, um braço da máfia italiana que quase destruiu o sistema energético de Goiás e agora tenta impedir ações de melhoria do transporte coletivo de Goiânia”, afirmou.

O governador ainda completa que o estado está apresentando a defesa para manter a licitação no prazo previsto. “Nosso objetivo é promover ampla melhoria no transporte da região metropolitana”, disse.

Licitação

Após quase um ano de impasses, por conta de interferências do Ministério Público de Goiás (MPGO) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a Metrobus espera realizar na próxima segunda-feira (27/03) às 9 horas o pregão eletrônico que irá definir qual empresa fará a operação com veículos elétricos pelos próximos 16 anos no Eixo Anhanguera e extensões para Goianira, Trindade e Senador Canedo.

De acordo com informações de bastidores apuradas pelo Diário de Goiás, pelo menos oito empresas irão tentar pleitear a exploração do novo Eixão com seus ônibus elétricos são: Estão a JSL, do Grupo Júlio Simões, a Enel X, a WEG, a Eletra, a MarcoPolo as chinesas BYD e Higer Bus,  além de um grupo de investimentos colombiano. A favorita para levar o pleito é um Consórcio montado entre a JSL, Eletra, Marcopolo e WEG.

O secretário-Geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima já havia pontuado com exclusividade ao Diário de Goiás que o número de empresas a tentarem participar do pleito seria baixo. “Não é uma solução que tem dezenas de fornecedores no mundo. Não, são poucos fornecedores. São sete, oito, nove. Esperamos que tenham esses. A expectativa é boa, mas só vamos ter certeza quando abrirmos os envelopes na segunda-feira”, destacou sobre a chegada dos ônibus elétricos.

Publicidade
Leonardo Calazenço

Jornalista - repórter de cidades, política, economia e o que mais vier! Apaixonado por comunicação e por levar a notícia de forma clara, objetiva e transparente.