A Enel anunciou, na manhã desta sexta-feira (23), que fechou a venda da Celg-D com a empresa Equatorial Energia por um valor total de R$ 7,5 bilhões, sendo R$ 5,7 bilhões em dividas assumidas e R$ 1,6 bilhão em pagamento. A Celg-D, concessionária de distribuição e de comercialização que atende 237 municípios em Goiás, terá doze meses, a partir do fechamento da operação, para pagar suas dívidas.

A Enel adquiriu a Celg-D em 2018 e, desde então, a empresa se tornou uma espécie de ”problema” em Goiás devido aos apagões que acontecem no estado em que atua. Em vídeo, o governador Ronaldo Caiado (UB), disse que a venda se deu pelo fato da Enel não prestar um serviço de qualidade para os goianos.

Publicidade

“Exigimos que Enel cumprisse tudo aquilo que havia assinado no contrato no momento da compra da Celg. E, mesmo assim, eles não cumpriram”, destaca Caiado.

Publicidade

Ainda de acordo com o governador, como eles tinham um contrato por cinco anos, estava sendo prorrogado dia a dia. ”Mas estávamos ali insistindo, cobrando mais. Quando eles viram que ia para a caducidade, ou seja, o cancelamento do contrato, eles rapidamente venderam para a Equatorial”, afirmou.

Publicidade

Para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Enel é a terceira pior empresa de distribuição de energia elétrica do país, enquanto a Equatorial é a penúltima no ranking.

Em 2017, a Enel comprou a antiga Campanha Energética de Goiás (Celg) após o pagamento de R$ 2,1 bilhões com a promessa de reduzir as quedas de energia em 40%.

Publicidade

De acordo com Caiado, será exigido da nova concessionária o cumprimento do contrato em Goiás e que dê condições para o estado se desenvolver a passos largos. Portanto, a venda ainda precisa de chancela da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula o setor no Brasil.

Quem é a Equatorial Energia?

O Grupo Equatorial Energia se consolidou no cenário brasileiro, como uma holding de empresas de alta performance. Com a recente aquisição da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Rio Grande do Sul (RS), o grupo passou a atender quase 13% do total de consumidores brasileiros e responder por 7% do mercado de distribuição do País.

O Grupo Equatorial Energia possui atuação no setor elétrico nos segmentos de distribuição, transmissão, comercialização, além da área de geração distribuída, telecomunicações, serviços e saneamento. As empresas que fazem parte do Grupo são a Equatorial Maranhão, Equatorial Pará, Equatorial Piauí, Equatorial Alagoas, Companhia Estadual de Energia Elétrica – RS, Companhia de Eletricidade do Amapá, Equatorial Transmissão, Intesa, Equatorial Telecom, Equatorial Serviços, Enova e Echoenergia, e agora assume também a distribuição de energia em Goiás.

Histórico

O histórico do grupo em solo brasileiro não é dos melhores. Um ranking da Aneel, colocou a Equatorial Energia do RS, como o pior serviço de distribuição de energia do Brasil conforme dados divulgados ainda em março deste ano.

O ranking é elaborado com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC) formado a partir da comparação dos valores apurados de DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) das concessionárias em relação aos limites estabelecidos pela ANEEL para esses indicadores.

Durante o ano de 2021, o serviço de fornecimento de eletricidade permaneceu disponível por 99,865% do tempo, na média do Brasil. Os consumidores ficaram 11,84 horas, em média, sem energia no ano. A frequência das interrupções se manteve em trajetória decrescente, reduzindo de 6,06 interrupções em 2020 para 5,98 interrupções em média por consumidor em 2021.

Publicidade