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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Encontro que tentava encerrar motim de PMs termina sem acordo no ES

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Quase 11 horas após o início da reunião entre mulheres de policiais e secretários do governo, não houve acordo e o movimento que paralisa o policiamento está mantido.

Segundo o secretário de Direitos Humanos, Júlio Pompeu, a proposta apresentada pelo governo vale até as 6h desta sexta (10). Depois disso, ele afirmou que serão tomadas medidas, sem especificar quais.

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“Seguiremos os trâmites de instauração da lei e da ordem. Qual será o procedimento, cada momento vai dizer, e essa decisão cabe às Forças de Segurança do Estado”, disse, referindo-se às tropas enviadas ao Espírito Santo pelo governo federal.

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O encontro começou por volta das 14h30 de quinta (9) e, pouco antes da meia-noite, duas mulheres deixaram a negociação abaladas, afirmando que não havia acordo.

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Por volta de 1h10, cerca de 20 mulheres deixaram o Palácio Fonte Nova, em Vitória, de mãos dadas e cantando o hino nacional. Havia uma criança e uma das mulheres chorava.

“A última proposta do governo foi falando que não tinha como dar aumento e que chegou ao limite da negociação”, disse Fernanda, porta-voz do grupo. Ela não quis informar o sobrenome.

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“O salário dos PMs está defasado há sete anos. O governo não está vendo o tamanho da emergência. O movimento continua”, completou.Presidentes de associações militares também estavam presentes na negociação, mas não serão mais interlocutores do processo após a rodada desta quinta, segundo o major Rogério Fernandes Lima, presidente da Associação dos Oficiais Militares.

“Após a resolução do impasse entre governo e manifestantes, as associações de classe se colocarão a disposição para o debate acerca do tema”, disse.

Onda de violência no ES PM está em motim desde o dia 3 de fevereiro Pessoas devolvem produtos roubados em onda de saques no Espírito Santo Padilha defende Forças Armadas para ‘evitar baderna’ em protestos pelo país Polícia Civil do Espírito Santo dá prazo ao governo antes de entrar em greve. Com motim da PM, ES tem aumento de violência e pede ajuda do Exército Pompeu, que estava presente na reunião, afirmou que o governo não pode dar aumento aos servidores porque se aproxima do limite prudencial de gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “Estamos impedidos legalmente de dar qualquer aumento a qualquer categoria”, disse.A proposta é condicionar o aumento linear a todas as categorias ao crescimento na arrecadação do Estado, verificado a cada quadrimestre.

O secretário disse ainda que eventuais crimes praticados serão punidos, em referência aos policiais em greve. “Nos comprometemos a apurar a responsabilidade dos indivíduos com justiça, responsabilizando dentro da lei, sem caça às bruxas.”

Pompeu afirmou ainda que esteve em contato com o governador em exercício César Colnago, durante a negociação. “O governador deu a ordem de irmos até o limite legal.”

“Nosso limite é o Código Penal e a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse.

Ele fez um apelo aos policiais para que voltem às ruas até as 6h e classificou a situação como “hecatombe”. “É a primeira vez que temos a PM inteira paralisada, isso é crime. Chega. Já deu. Já passaram a mensagem”.

Além de Pompeu, participaram da reunião os secretários de Controle e Transparência, Eugênio Ricas, e da Fazenda, Paulo Roberto Ferreira, além do secretário-chefe da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Júnior.

DEMORA

Pompeu afirmou que a demora na reunião se deveu ao fato de o movimento das mulheres ser difuso e ter “interesses políticos”.

As mulheres que deixaram a reunião mais cedo, reclamaram de tortura psicológica.

“Eles não cederam. Eles davam oportunidade para a gente falar, mas já vieram com a cabeça feita. Inclusive entregaram uma ata que não assinamos. Fomos ameaçadas de sair daqui presas e responder por um monte de coisas”, disse uma das mulheres, que se identificou somente como Gilmara.”Falaram que se morrer alguém a culpa é nossa”, relatou outra.

“O governo nos ofereceu apenas café e água. Quem levou uns petiscos e refrigerantes para gente foram as associações e advogados que estão nos apoiando. Ficamos desde as 20h sem água para beber”, disse uma terceira.

Segundo esta última, a reunião foi dividida em duas salas. Em uma estavam os secretários e um comitê de sete mulheres, representando o movimento e na outra, o restante das familiares.Houve ainda um intervalo de cerca de duas horas durante a reunião.

(FOLHAPRESS)

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