Representantes de dez entidades do Fórum Empresarial e da Habitação do Estado de Goiás realizaram uma reunião com o relator do processo de pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados, deputado federal Jovair Arantes (PTB), para mostrar que são contra a permanência da petista na Presidência da República.
Alguns representantes avaliam que a manutenção de Dilma no cargo de presidente não terá reflexos positivos na economia brasileira. Além disso, eles discordam das políticas adotadas pelo governo federal ao longo dos últimos quatro anos, que resultaram, segundo os representantes, no crescimento da dívida pública, o que levou ao desaquecimento de várias atividades.
“A grande crise é política e econômica. O fato gerador da crise, o resultado é econômico. Hoje, infelizmente, é uma missão impossível o atual governo continuar para um bom reflexo. Precisa ter um conceito diferente na política e na economia para retomar o crescimento”, desataca Nathan Blunch, conselheiro da Tendências Consultoria.
Pressão
Os representantes das entidades adotaram discurso uniforme para pressionar Jovair Arantes a relatar de forma contrária à permanência de Dilma.
“Isso é natural. As pessoas são tomadas por um anseio da sociedade como um todo de que isto está errado, que a única saída é essa. Se o Jovair tomar uma posição que não é pra nós a melhor opção, primeiro ele vai ter que explicar muito bem para a sociedade goiana a decisão dele. E vai ter que dar uma saída. Vamos mostrar a ele que o Brasil do jeito que está. Montou-se um desgoverno no país e as soluções estão ficando cada vez mais escassas”, afirma o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviço de Goiás (Acieg), Euclides Siqueira.
Já o presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), José Evaristo dos Santos, entende que não se trata de uma pressão, mas apenas uma exposição para que o deputado saiba o porquê da discordância dos empresários na manutenção de Dilma no poder.
“Temos que respeitar a situação do relator. Ele não pode antecipar sua posição. Mas a sociedade pode expor o que ela pensa. Não pressionando, mas respeitando a posição dele. Nós temos direito de expor nossas preocupações, nossas dificuldades em relação ao país que são graves. Não acreditamos que ele venha tomar posição contrária. Mas caso isto aconteça ainda há o plenário para votar”, argumenta o presidente da Fecomércio.
O deputado Jovair Arantes ressaltou que as ações são válidas, mas manterá a postura de tratar as questões concernentes ao relatório com o máximo possível de imparcialidade.
“O movimento é legítimo, democrático e nós estamos sujeitos para ouvir a sociedade, afinal nós a representamos. A pressão faz parte do processo democrático. No mundo capitalista uns forçam de um lado, a sociedade. Tenho recibo pressões, até telefonemas anônimos, mas faz parte do processo”, ressaltou o parlamentar.