O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta sexta-feira (3) a denúncia contra o executivo Mariano Marcondes Ferraz, investigado na Operação Lava Jato e acusado de pagar propina em obras da Petrobras.Com isso, ele vira réu e deve responder à acusação de corrupção e lavagem de dinheiro.
Casado com a atriz Luiza Valdetaro, Ferraz morava em Londres e foi preso ao embarcar num voo para a cidade inglesa, em outubro do ano passado.
Detido por uma semana, ele admitiu aos investigadores ter pago propina ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a fim de renovar o contrato da Decal do Brasil com a estatal, em 2011. A empresa, da qual ele era representante no país, prestava serviços de armazenagem e movimentação de grãos no porto de Suape, em Pernambuco.
Segundo ele, o objetivo era “fazer a coisa caminhar” e “proteger o negócio”. “Era assim que funcionava o sistema”, disse o executivo, em depoimento à Polícia Federal.
Foram US$ 868 mil em propina, depositados em offshores de Paulo Roberto Costa -que confirmou o pagamento em delação premiada.
Moro entendeu que há provas suficientes de autoria e materialidade para acatar a denúncia.
O empresário afirmou que foi vítima de extorsão ou concussão. Para Moro, a alegação terá que ser examinada. “Por ora, considero o fato de que há indicativos de que foi paga propina a Paulo Roberto Costa, o que sinaliza, em cognição sumária, pela inexistência de concussão ou extorsão”, escreveu o juiz.
O contrato da Decal do Brasil com a Petrobras venceria naquele ano, mas acabou renovado após o pagamento da vantagem indevida, até abril de 2012. (Folhapress)