O pequeno empresário Leonardo Santos da Costa, que é também funcionário antigo do ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot (MDB), declarou nesta quarta-feira (14) que nunca imaginou que passaria pelo constrangimento de ter as contas bancárias bloqueadas. Ele também é alvo da investigação que bloqueou bens e quebrou sigilo fiscal e bancário de Darrot na semana passada.
Leonardo relata que, em 2010, seria dada baixa (fechada) uma empresa que pertenceu a familiares do ex-prefeito. “Eu pedi para assumir a empresa como forma de entrar no ramo de prestação de serviços com um CNPJ que não fosse novo demais”, afirma. Na ocasião ele prestava serviços de facção pela Inovar Indústria e Comércio para o grupo Jean Darrot, que pertence ao ex-prefeito.
Segundo ele, quando Jânio se tornou prefeito, a Inovar, já no seu nome há vários anos, adquiriu uma pá carregadeira. “Participei de uma licitação com várias outras concorrendo e venci, não teve absolutamente nada de irregular”, assegura ele.
Nos anos seguintes da gestão do então prefeito, o pequeno empresário afirma que foi pagando o financiamento da máquina com o valor da locação ao município, que girava em torno de R$ 25 mil ao mês. “Com isso, consegui comprar outra pá e uma escavadeira financiadas. Depois participei de mais duas licitações que também venci”, destaca.
Segundo Leonardo, na gestão seguinte, do atual prefeito, Marden Júnior (UB), ele não venceu a concorrência, mas um vencedor acabou alugando uma das máquinas de sua empresa para prestar o serviço à Prefeitura de Trindade. Conforme o pequeno empresário, há cerca de dois anos não aluga mais seus equipamentos. Além disso, não participa mais de licitações nesse ramo.
“Nunca mais participei porque as máquinas foram ficando usadas demais, o custo de manutenção é muito elevado e tenho outras atividades na empresa”, destacou ao Diário de Goiás. Ele continua no ramo de confecções.
O advogado do empresário está preparando o recurso para solicitar o desbloqueio das contas da empresa e do proprietário. Leonardo reforçou que ficou muito surpreso de estar sendo investigado e o motivo da investigação.
“Meu sigilo foi quebrado, vão ver que minha empresa tem hoje um faturamento mensal que não chega a R$ 50 mil. Desafio a provarem algum problema. Então é uma vergonha as coisas que estão falando”, desabafou.
Ele se referia a mensagens que recebeu com montagens usando as notícias que têm circulado com palavras de baixo calão, manchando o nome do ex-prefeito, a quem se diz muito agradecido.
Conforme ele, a investigação iniciada em 2022 não apontou nenhuma irregularidade sobre a Inovar. Para Leonardo, essa apuração ter sido arquivada com aval do Ministério Público, alerta para uma possível ligação com a reabertura no momento em que Jânio Darrot saiu para a disputa para ser pré-candidato em Goiânia. “Estão gerando custos com esse assunto para alguém tentar incriminar, queimar o Jânio”, acredita.