Mais recente vencedora do Oscar de melhor atriz, Emma Stone tenta se cacifar novamente para uma vaga no prêmio por sua performance como a tenista americana Billie Jean King no biográfico “Battle of The Sexes”, que fez sua estreia nesta segunda (11), no Festival de Toronto.
O longa, dirigido por Jonathan Dayton e Valerie Faris, remonta o duelo no tênis dos anos 1970 entre Billie Jean e o fanfarrão Bobby Riggs, vivido por Steve Carell.
Por sua temática, “Battle of the Sexes” se soma a “Borg/McEnroe”, de Janus Metz, título que abriu a mostra canadense, entre os longas que ficcionalizam embates no tênis. Uma diferença marcante: no longa de Metz, ficava claro que os próprios atores Shia LaBeouf e Sverir Gunadson é que faziam os saques; no outro, é nítido que dublês jogam no lugar de Stone e Carell.
Outra diferença: Se “Borg” descortinava um embate entre dois indivíduos de personalidades à primeira vista opostas, “Battle” põe o jogo como uma arena de importância simbólica e coletiva: nos anos que testemunharam a emancipação feminina, a disputa entre Riggs e Billie Jean ganhou contornos de guerra dos sexos.
Insuflado pela mídia e por dirigentes do sexo masculino, Riggs fazia todo tipo de comentário machista: “Não tenho nada contra mulheres, eu as amo no quarto e na cozinha”, afirmava.
Já Billie Jean via a disputa como uma forma de demandar igualdade e barrar as discrepâncias de salários entre tenistas homens e tenistas mulheres na época, fundadas na premissa de que eles atraíam mais público e eram mais populares do que elas.
Fora das quadras, Billie Jean mantinha uma amante em segredo; no filme, uma cabeleireira chamada Marilyn. De fato, a tenista americana viria a se tornar um expoente da causa LGBTQ.
O longa retrata o começo de sua saída do armário, sustentando que sua luta pela igualdade de gênero desaguou na questão gay. Tendo em vista a nova configuração da Academia, mais antenada à questão das minorias, “Battle of The Sexes” avança muitas casas na sua rota para o Oscar. (Folhapress)