O governador Ronaldo Caiado recebeu, nesta sexta- feira (22/02), os representantes da Bayer nacional Otavio Cançado (líder de assuntos governamental e internacional) e Mariana Vassoler (diretora jurídica), além de Danilo Mello (chefe de produção da unidade de Santa Helena de Goiás), que solicitaram uma intervenção do governo junto à Enel.
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Os três apresentaram relatórios operacionais que demonstram os altos prejuízos sofridos pela Bayer devido às variações de tensão e quedas de energia na região goiana em que está instalada a empresa química e farmacêutica.
“O relatório é bem claro, evidencia a baixa qualidade da energia fornecida pela Enel e os impactos operacionais”, afirmou Caiado. Os dados apresentados apontam que, quando há falta energia, há prejuízos ao estoque que está no sistema de secagem, o que representa perdas calculadas em R$ 14 milhões. “Eles já tentaram contato com a Enel em Goiás, e não obtiveram resposta. Vejam a irresponsabilidade com que tratam todos aqueles que são consumidores de energia no nosso Estado de Goiás. Por isso, a necessidade de acharmos uma solução imediata”, avaliou o governador.
Solicitação de intervenção
Falhas da Enel têm impactado negativamente no desenvolvimento da região. Isto porque, de acordo com Otavio Cançado, os problemas de energia, que acarretam as grandes perdas econômicas, têm prejudicado os investimentos da empresa na unidade de Santa Helena de Goiás.
O representante da multinacional enumerou as tentativas feitas pela empresa para resolver o problema, tanto em contato direto com a Enel, como por notificação extrajudicial e via Aneel. Tudo sem retorno. “Esgotamos todos os trâmites administrativos e, antes de qualquer outra medida, viemos procurar o governador para externar a nossa preocupação, inclusive, com as perdas que estamos tendo, por conta desta falha de fornecimento pela Enel”, esclareceu.
“Temos uma relação muito boa com o município de Santa Helena. Produzimos produtos de alta tecnologia. Perder essa capacidade instalada em Goiás é muito ruim para todos os lados. Para empresa é muito ruim, talvez pior que para o Estado”, enfatizou Otávio Cançado. Ele agradeceu a receptividade do governador Ronaldo Caiado, que irá levar a situação ao conhecimento dos órgãos de fiscalização e acionar a Enel. “O governador disse que nas próximas semanas vai nos dar uma posição. Esperamos que tenha sucesso e que a gente continue produzindo e contribuindo para o Estado de Goiás e o Brasil”, afirmou.
Enel fala de melhorias
Em nota enviada ao Diário de Goiás sobre o protesto dos produtores rurais, a Enel informou que “os índices de qualidade da distribuidora, fiscalizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já apresentam melhorias, tendo a duração média das interrupções do fornecimento de energia (DEC) reduzido em cerca de 6 horas em dezembro de 2018, em relação a dezembro de 2017 – a melhor duração desde dezembro de 2011. Com relação à frequência média de interrupções (FEC), o número alcançado em 2018 é o melhor da história da companhia. A companhia acrescenta que dos 148 conjuntos elétricos, em que o Estado é dividido, 101 já apresentaram melhoras no DEC, e representam 73% do total do número de clientes. A empresa informa, ainda, que quando assumiu o controle da distribuidora de energia de Goiás, em fevereiro de 2017, a rede da companhia no Estado estava deteriorada. Já foram investidos mais de R$ 1,5 bilhão, volume de recursos que representa bem mais que o dobro dos R$ 300 milhões anuais que a antiga CELG D investiu em 2015 e 2016, antes da privatização. Como as obras em curso são grandes e complexas, contribuirão ainda mais com a melhora da qualidade no médio prazo.”
O Diário de Goiás solicitou entrevista ao diretor presidente da Enel, Abel Rochinha, para abordar a versão da empresa sobre este assunto.