O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso por corrupção passiva, concedeu sua primeira entrevista desde que saiu da prisão, no dia 19 de dezembro. À coluna de Guilherme Amado para o Metrópoles, Cabral fez acusações, elogiou o presidente Lula e confessou corrupção.
O governador passou seis anos e um mês preso e agora mora há pouco mais de dois meses em uma apartamento na Praia de Copacabana, no Rio. De acordo com as investigações, o político comandava um esquema criminoso que fraudava licitações e cobrava proprina de empreiteiras.
Na entrevista, Cabral chorou e fez acusações contra o juiz Marcelo Freitas e destacou que a Polícia Federal (PF) o obrigou a distorcer delação contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli e do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Cabral afirma que foi obrigado a adulterar os fatos para prejudicar os ministros, e pediu desculpas aos envolvidos.
Além de declarar que torceu por Lula nas eleições presidenciais de 2022 e que ficou contente com a vitória do petista, Cabral afirmou que Luiz Inácio foi o melhor presidente da história do Brasil. De acordo com ele, a última vez que falou com o presidente foi em 2015.
Apesar de dizer que acredita que o Brasil tomou a decisão correta ao escolher Lula como presidente, Sérgio Cabral contou que quando ainda estava preso chegou a receber cumprimentos de Bolsonaro, enviados por intermédio do filho Marco Antônio. Na época, o ex-presidente ainda era deputado federal e tinha um gabinete ao lado do filho de Cabral.