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O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde maio de 2018, concedeu uma nova entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no dia 3 de maio. A entrevista foi gravada no presídio como parte de um documentário veiculado pela rede BBC, da Inglaterra e disponibilizada no canal do jornalista brasileiro em sua integralidade na manhã desta segunda-feira (13/05). Entre os diversos assuntos tratados pelo jornalista e o ex-presidente estavam a educação brasileira, o impeachment de Dilma Rousself (PT) e a sua prisão.
Lula tratou o processo de impedimento da presidente Dilma Rousself como uma “mentira deslavada” e sabia que aquilo era apenas o principio de uma etapa que culminaria nele próprio. “Quando houve o impeachment da Dilma, um processo com base numa mentira deslavada. Numa farsa montada, eu tinha certeza que o processo contra a Dilma era o inicio do processo que teria que terminar em mim”, enfatizou ressaltando que já esperava que não o deixassem que se candidatasse novamente. “Eu sempre dizia, o impeachment não termina se não passar pelo Lula. Eu não conseguia enxergar, tirar a Dilma pra deixar o Lula voltar pra presidência do Brasil”
Porque tinha que tirar o Lula?, pergunta Kennedy ao próprio ex-presidente. “Temos um problema psicológico na elite brasileira que é não suportar a ascensão das camadas mais pobres do Brasil. Incomoda os pobres estarem ocupando as praças que eram dos ricos, frequentando os restaurantes, viajando nos aviões que eles viajavam. Os pobres ocuparem um espaço de ascensão social que não estava previsto na elite brasileira, desde o fim da escravidão. Nesse período, tiramos 33 milhões da miséria absoluta e elevamos 42 milhões de brasileiros para um padrão de consumo para classe-média baixa. As pessoas passaram a gostar de si mesmas, a gostar de estudar”, cita o ex-líder sindical que tem trabalhado na tese de que de fato, é sim, um “preso político”.
Ascensão social essa, refletida no acesso ao pobre as universidades. Para Lula, nunca houve tanta construção de Centros Acadêmicos e apoio ao pobre entrar na faculdade por meio de financiamento estudantil. “Você acha que as pessoas gostavam de eu ser um cara que só tem o quarto ano primário e ser o presidente que mais fez Universidades na história deste país? Que mais cuidou do ensino fundamental, do ensino técnico? Acha que eles admitiam isso com facilidade?”