Em nova assembleia realizada na tarde deste sábado (29), os estudantes do Colégio Estadual do Paraná, o maior do Estado, voltaram atrás e decidiram que irão continuar ocupados na escola e resistir à ordem de reintegração de posse.
A decisão foi tomada, segundo eles, a pedido dos alunos de outras 24 escolas de Curitiba, que também tinham ordens de reintegração.
Há cerca de três semanas, estudantes estaduais ocupam centenas de colégios do Paraná, em protesto contra a reforma do ensino médio proposta por Michel Temer (PMDB).
Na madrugada deste sábado, eles haviam anunciado que iriam deixar o colégio.
Porém, afirmaram ter atendido a apelos de outros alunos, que disseram que o movimento se enfraqueceria com a desocupação do Colégio Estadual, o maior do Paraná.
“Não há como tomar uma decisão individual num movimento estudantil unificado”, disse à reportagem o estudante Leonardo Miquelasso, 17, que está no segundo ano do ensino médio.
Antes, os alunos vinham dizendo que cabia a cada colégio decidir sobre o futuro da ocupação, de maneira independente.
Para Miquelasso, não há recuos.
“A assembleia é soberana. Cada dia é um dia, e as decisões políticas são sempre estratégicas.”
Eles afirmaram que irão agir com “resistência pacífica” e não pretendem agredir ninguém.
Ainda não se sabe qual será a decisão dos outros 24 colégios com ordens de reintegração de posse em Curitiba.
Nesta sexta à noite, os estudantes já haviam recusado um acordo feito com o Ministério Público e o governo estadual, que previa a desocupação de 24 escolas e a permanência dos estudantes no Colégio Estadual do Paraná por mais dez dias.
Eles afirmam que o grupo de alunos que estava na reunião não os representa e que houve uma “coerção do Estado para a desocupação em massa”.
Por causa das ocupações, metade dos eleitores de Curitiba teve seus locais de votação alterados, e o MEC afirma que há o risco de o Enem ser cancelado nas escolas que estiverem ocupadas até esta segunda (31).
Os protestos pró e contra o movimento têm se acirrado nos últimos dias. Grupos políticos têm usado as ocupações como pauta.
O governo do Paraná não havia se posicionado sobre a nova decisão dos estudantes neste sábado (29).
Folhapress