O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que sua viagem à Europa tem por finalidade resgatar a autoestima do brasileiro quanto à imagem do País perante a comunidade internacional. Lula participou neste sábado do ato Construir o Futuro, em Madri.
“Essa viagem que fiz pela Europa foi uma tentativa de provar ao povo brasileiro que o mundo gosta do Brasil. Não tenho palavras pra agradecer todos que me receberam tão bem”, disse o ex-presidente por meio de sua conta em uma rede social.
Durante a viagem, Lula discursou no Parlamento Europeu, em Bruxelas, e se encontrou com lideranças políticas como os presidentes Emmanuel Macron (França), Pedro Sánchez (Espanha), e o futuro chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. O ex-presidente reforçou o apoio com que sempre contou no exterior.
“Quando estava preso, tivemos uma forte pressão no exterior. Tentaram resolver me oferecendo uma prisão domiciliar, e eu disse que não era pombo correio pra usar tornozeleira”, contou, também por meio de sua conta na rede social, enquanto falava para um auditório lotado. “O que me faz querer voltar é estar convencido de que a gente pode recuperar o Brasil. E eu sei que não posso fazer menos do que eu já fiz.”
O ex-presidente disse também que é preciso rever o discurso da esquerda, que deu margem ao avanço da extrema-direita em diversas partes do mundo. “Tem uma luta pra gente fazer. A extrema direita está nos desafiando. Precisamos analisar o discurso deles. Como pode ter surgido o (ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump), o Bolsonaro, dois candidatos de extrema direita na França? Temos que refletir sobre isso e entender onde erramos no nosso discurso também.”
Atacando diretamente um tema precioso para a comunidade internacional, Lula disse que é necessário colocar a questão ambiental em pauta. “A questão ambiental não pode ser apenas um tema acadêmico, nem uma preocupação só da esquerda. Tem que ser uma preocupação do povo do planeta terra. Nós só temos ele, apesar de ter gente pagando milhões e embarcando pro espaço Temos que colocar essa discussão na ordem do dia.”
Por Marcelo Mota – Estadão Conteúdo
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