(Por Leonardo Pinto, especial para a AE) Em má fase, sem técnico e com intensa insatisfação de sua torcida, o Santos veio a campo pelo Campeonato Paulista neste sábado diante do Red Bull Bragantino com um caráter psicossomático. Os problemas de fora pareciam estar rondando e afetando o rendimento dos jogadores, que viram os adversários dominarem praticamente todo o primeiro tempo.
A má atuação foi compensada com um gol achado no embalo do começo do segundo tempo, mas nada que fizesse com que o Santos voltasse a vencer depois de quatro jogos sem vitória. Resultado: 1 a 1, no estádio Nabi Ani Chedid, em Bragança Paulista (SP), faltando apenas duas rodadas para o final da primeira fase.
Com mais um tropeço no torneio, o Santos está em situação complicada para passar às quartas de final do Paulistão. Em terceiro lugar no Grupo D, a equipe da Baixada Santista tem 10 pontos e está atrás de Mirassol, com 17, e Guarani, com 11.
Os concorrentes diretos ainda jogarão neste domingo pela mesma rodada, o que pode deixar o contexto do Santos no Estadual mais preocupante ainda em caso de vitória dos rivais.
O Red Bull Bragantino, dono de uma das melhores campanhas e agora classificado matematicamente às quartas de final, se impôs logo no começo. O time do interior paulista mostrava bom entrosamento, com passes que envolviam a equipe do Santos, que dificilmente conseguia a bola de forma fácil.
Foi desse jeito que os donos da casa fizeram, aos seis minutos iniciais, uma linda jogada em equipe, que terminou nos pés de Claudinho. O meia deu passe para o atacante Ytalo ficar de frente para o goleiro João Paulo, que saiu bem e fez ótima defesa.
O Santos penava em criar boas jogadas. Chegou algumas vezes ao ataque, com Gabriel Pirani e Marinho, mas sem grandes sustos para o goleiro Cleiton. Quem se destacava muito era o camisa 10 do Red Bull Bragantino, que distribuía bons passes e era o centro de quase todas as jogadas.
Tanto era que o primeiro gol veio dos pés dele. Aos 25 minutos, Pará saiu jogando errado do campo de defesa, a bola sobrou para Pedrinho, que encontrou Claudinho. O meia do Red Bull Bragantino bateu forte de primeira e, em um desvio em Luan Peres, matou a jogada e qualquer chance de João Paulo chegar na bola. 1 a 0 para os anfitriões.
A liberdade de Claudinho na partida dava o tom do jogo, que estava muito mais para o Red Bull Bragantino, que perdeu boas oportunidades, do que para o Santos, com dificuldades para chegar bem ao ataque.
Mesmo sem mexer na equipe, o técnico interino do Santos, Marcelo Fernandes, parece ter dado um chacoalhão no time, que voltou pilhado para o segundo tempo. Logo no primeiro minuto, Marinho fez lançamento para Lucas Braga, que concluiu a jogada em uma finalização perfeita, no alto do gol, sem chances para Cleiton. Até então, o Santos não fazia um gol havia quatro jogos.
O segundo tempo já era bem mais equilibrado do que o primeiro, com jogadas de ambos os lados e um pouco mais dinâmico. Teve até a virada do Santos, mas o VAR anulou o que seria um golaço de Jean Mota por causa de impedimento de Marinho.
Não que o Santos passasse a apresentar um bom futebol, mas a queda de desempenho do Red Bull Bragantino ficou bem nítida, o que deu mais liberdade para a equipe da Baixada Santista criar mais jogadas e tentar a virada. Não aconteceu.
Com o empate, o Santos já está há cinco jogos sem vencer, contando também as partidas da Copa Libertadores, e ainda não definiu um novo técnico depois da saída do argentino Ariel Holan
FICHA TÉCNICA
RED BULL BRAGANTINO 1 x 1 SANTOS
RED BULL BRAGANTINO – Cleiton; Aderlan, Léo Ortiz, Fabrício Bruno e Edimar; Ryller (Ramires), Lucas Evangelista e Claudinho; Artur, Pedrinho (Cuello) e Ytalo (Luis Phelipe). Técnico: Maurício Barbieri.
SANTOS – João Paulo; Pará, Kaiky, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison, Jean Mota (Vinicius Balieiro) e Gabriel Pirani (Lucas Lourenço); Marinho; Marcos Leonardo (Allanzinho) e Lucas Braga. Técnico: Marcelo Fernandes (interino).
GOLS – Claudinho, aos 25 minutos do primeiro tempo; Lucas Braga, a 1 minuto do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Aderlan, Ryller e Cuello (Red Bull Bragantino); Pará e Lucas Braga (Santos).
ÁRBITRO – Douglas Marques das Flores.
RENDA E PÚBLICO – Jogo com portões fechados.
LOCAL – Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista (SP).
(Conteúdo Estadão)