Na noite de terça-feira (6), em São Paulo, no discurso final do prêmio Brasileiros do Ano, em que o juiz Sergio Moro foi o principal homenageado, o presidente Michel Temer se recusou a reconhecer o agraciado.
“Eu não posso conceder o título de Brasileiro do Ano a ninguém”, disse Temer. Antes dele, Moro havia homenageado outros magistrados que tocam como ele a Operação Lava Jato pelo país.
“Gostaria de concedê-lo, Caco, ao seu pai, como brasileiro do ano e brasileiro da eternidade”, emendou o presidente, em referência a Domingos Alzugaray, fundador da revista IstoÉ, promotora do evento.
Antes do discurso de Moro, Temer, os ministros Moreira Franco e Henrique Meirelles e o presidente do Senado, Eunício Oliveira, foram os únicos a não se levantar para aplaudir o juiz. Os outros 20 nomes no palco ficaram de pé.
Tanto Temer quanto Moreira Franco são investigados pela Operação Lava Jato. No palco ainda havia outros citados por delatores da operação, como o ministro Helder Barbalho, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), escolhido como o Brasileiro do Ano na Política.
O juiz de Curitiba pediu o fim do foro privilegiado para autoridades e que o governo pressione o Supremo Tribunal Federal a não mudar o entendimento em relação à possibilidade da prisão de um condenado em segunda instância.
Questionado pela reportagem sobre defender a Lava Jato ao lado de Temer e outros envolvidos no escândalo, Moro riu. “Vou ficar devendo uma resposta”, disse. (Folhapress)